Saudações aos deuses!

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"É do ouro de Oxum que é feito o manto que me cobre"

POR UMA EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA

HISTÓRIA E A CULTURA AFRO-BRASILEIRA:



A RESISTÊNCIA CONTINUA!



domingo, 26 de setembro de 2010

SALÃO DE BELEZA NEGA-SE A CORTAR CABELO DE CRIANÇA NEGRA

Funcionários do “Salão Fascínio”, localizado no andar térreo do
Shopping Itaigara, em Salvador, recusaram-se hoje, dia 23 de setembro,
a cortar o cabelo de uma criança negra, de seis anos, recomendando a
mãe que “passasse a máquina”, pois aquele cabelo “não dava para ser
cortado, nem desembaraçado”. A mãe da criança, a jornalista Márcia
Guena, acusou os funcionários e a dona do salão de racismo e logo
procurou a administração do shopping para formalizar a denúncia. Neste
caso configura-se um duplo crime por tratar-se de racismo e de
violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por expor uma
criança a uma situação vexatória.

Acompanhado da mãe, o menino M.S.G.S.O. entrou no salão por volta das
18:30, do dia 23 de setembro, quando Guena solicitou ao único
funcionário homem do salão, para quem foi indicada pela atendente
Selma (a qual foi identificada como dona do salão), um corte estilo
“black”, mas não muito alto. O funcionário então respondeu que para
“aquele cabelo” só dava para “passar a máquina”. A mãe então disse:
“eu não solicitei que passem a máquina, mas que cortem o cabelo do meu
filho. Eu já indiquei o corte que desejo”. O atendente repetiu: ”só dá
pra passar a máquina”. Guena retirou a criança da cadeira e saiu
imediatamente do salão para não expor a criança a uma discussão
motivada pelo racismo explícito. Mas diante da violência cometida
contra a criança, que foi exposta a uma situação vexatória, e a recusa
de cortar o cabelo de um negro, a mãe voltou com a finalidade de
procurar a gerente e formalizar a denúncia de racismo.

Ao retornar, Guena disse para Selma que a recusa em cortar o cabelo de
seu filho configurava-se racismo, um crime inafiançável e que iria
formalizar a denúncia junto ao Ministério Público. Selma, identificada
como Maria Tavares de Oliveira, contestou dizendo que a mãe estava
errada e que seus funcionários disseram que não sabiam cortar o cabelo
da criança e que seria muito difícil desembaraçá-lo. Por isso, só
poderiam passar a máquina, insistindo na resposta inicial do
funcionário.

A mãe retirou-se do local e procurou a administração do Shopping.
Guena foi recebida por Alda, que se identificou como administradora, e
reconheceu a gravidade do problema, confirmando tratar-se sim de uma
situação de racismo. Imediatamente ligou para Selma (Maria Tavares
Oliveira) reclamando da forma como foi realizado o atendimento.


CONTATOS:
Márcia Guena (mãe) – 8788 9991
Aspri (pai) – 8876 4445
Alda (administradora do shopping Itaigara) 99812452 ou 32708900
Salão Fascínio – Selma (Maria Tavares de Oliveira)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O racismo oculto nos elevadores


Quando criei este blog não tinha a pretensão de expor experiências pessoais; de falar de mim, mas de socializar textos e notícias referentes a estratégias de implantação de uma educação anti-racista e libertadora. Todavia, hoje, algo aconteceu e merece que eu abra uma excessão em relação a isso. Assim, o que vou contar é um relato de uma experiência que vivi hj, ou melhor, vivemos: eu, minhas duas cunhadas e minha filha, de apenas 1 ano e três meses de vida, que já se tornou alvo do olhar preconceituoso dessa sociedade hipócrita em que vivemos.Entenda-se por PRECONCEITO uma idéia pré concebida; algo que se acredita antes mesmo de se comprovar. Vamos ao fato:
Estou hospedada na casa de meus tios, num edifício de classe média numa bairro tradicional em Salvador. Esperava o elevador com minhas cunhadas e minha filha no 10 andar, quendo o elevador desceu do 11 andar e lá estava uma mulher que deve se achar branca, de cerca de 45 anos ou 50 anos. Demos boa noite e não ouvimos resposta. No painel do elevador, marcava 2G (segunda garagem). Era para onde íamos. A mulher simplesmente apertou o botão do térreo e nós aguardamos. Chegando ao térreo, dei passagem para que ela descesse. Então ouvi: "Vou para a garagem. Achei que vc fosse descer no térreo!" Escutei aquilo. Por estar com minha filha, optei por "não entender". Aquela mulher tinha tanta certeza que não íamos para a garagem que fez o favor de apertar o botão para que deixássemos o elevador no térreo. Ou seja, o PRECONCEITO falou mais alto e o pensamento foi materializado com a ação.
Para aqueles que dizem que negro ver racismo em tudo, cabe uma pergunta: o que é isso, então? A gente vive numa sociedade que nega o preconceito, nega as diferenças e luta pela igualdade. O paradoxo é ratificado pela necessidade que temos de exigir leis que defendam a população negra de atitudes excludentes e ainda, de políticas públicas que obriguem o que deveria ser de direito, como o acesso à educação, o reconhecimento dda importância histórico-cultural. O botão do térreo apertado pelo outro simboliza a certeza da não ascensão do negro; a certeza de que não se é capaz de dispor de hábitos ou certas facilidades que o mundo material oferece. O botão do térreo apertado pelo outro hoje foi apenas mais um sinal do racismo sutil presente na sociedade brasileira. o racismo oculto dos elevadores.

Aline Najara Gonçalves.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

IV SEMINÁRIO DO GRUPO DE PESQUISA HISTÓRIA, LITERATURA E MEMÓRIA



Romance histórico e memória: retratação de narrativas do passado
UNEB - Campus II - Alagoinhas

De 30/11 a 02/12

O IV Seminário do Grupo de Pesquisa História, Literatura e Memória pretende atualizar as discussões em torno desses três campos de estudo e socializar os resultados das pesquisas com a comunidade acadêmica. A proposta abrange reflexões acerca do tema romance histórico como gênero e como fonte de pesquisa. No entanto, embora se proponha a tematizar sobre o romance histórico, o evento contempla, ainda, o debate que envolve diferentes abordagens de narrativas memorialísticas. Ambos, o romance e as memórias, apresentam elementos ficcionais que desafiam e estimulam o ofício do historiador. O Seminário constitui-se, portanto, num espaço de encontro entre estudantes e pesquisadores que elegem os diálogos entre os campos acima enunciados como eixo da sua abordagem.



Cronograma do evento:

· 15/09 a 10/10: Inscrições para comunicação

· 20/10: Envio das cartas de aceite
ouvintes
· 15/11 a 30/11: Inscrições presenciais para ouvinte (Colegiado de História - UNEB, Campus II)

· 30/11 a 02/12: Realização do Seminário
As inscrições para comunicação e para ouvintes podem ser feitas através do site:http://literaturaehistoria.webnode.com.br/