Saudações aos deuses!

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"É do ouro de Oxum que é feito o manto que me cobre"

POR UMA EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA

HISTÓRIA E A CULTURA AFRO-BRASILEIRA:



A RESISTÊNCIA CONTINUA!



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Luiza Mahin existiu?

"Minha mãe era uma negra, africana livre da Costa da Minha, nagô de nação, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã". Assim Luiz Gama descreveu brevemente sua mãe na carta autobiográfica que escreveu em 1880. Daí, a mãe de Gama adentrou o terreno da ficção e se fez presença tímida nas páginas de História. Identificada pela memória coletiva afro-brasileira como uma heroína, é uma incógnita quando o assunto é a comprovação da sua existência.Durante processo da minha pesquisa sobre as representações de Luiza Mahin na historiografia e na literatura, em muitos momentos fui questionada por algumas pessoas: "Mas, afinal, Luiza Mahin existiu ou não?". Existem duas respostas a esta pergunta. Em primeiro lugar, trata-se de uma existência que foi atestada pela carta de Gama, quando ele afirma que sua mãe tinha este nome. Por outro lado, a ausência documental trai a memória, na medida em que não concede a certeza tão peculiar à busca historiográfica. Em outras palavras, não há um documento que a autentique. Todavia, questiono: Há evidência maior de uma existência que a manuntenção desse nome como símbolo de luta e resistência negra? Não importa se a história esconde seu nome, o fato é que o que ele representa para a nossa memória é algo que ultrapassa a fronteira do que pode ou não ser provado. Luiza Mahin não só existiu, como ainda vive. É a força e a garra do negro que luta e não desiste. Que resiste às adversidades e é sujeito da sua existência. Luiza Mahin é Luiza, é Maria, é Joana, é Francisca... Assim, respondendo à pergunta insistente, asseguro: Luiza Mahin existe e sua luta continua.