tag:blogger.com,1999:blog-69442447931259653482024-03-13T23:53:37.501-03:00HISTORIANDO COM A PRETASão tantas histórias,
são palavras tantas...
E a História sendo tecida,
Ora em linhas certas,
Ora em linhas tontas...Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.comBlogger34125tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-37048392542660136702016-09-20T10:50:00.002-03:002016-09-20T10:50:35.622-03:007º CAFÉ CULTURAL DA FIGAM - 10ª PRIMAVERA DOS MUSEUSMais uma edição da <span style="color: yellow;"><b>Primavera de Museus em Alagoinhas</b></span>! Já estamos na<b><span style="color: yellow;"> 7ª edição do Café Cultural da FIGAM</span></b>, que este ano traz <b><span style="color: yellow;">ENCENAÇÕES HISTORIOGRÁFICAS</span></b> baseadas em pesquisas de integrantes do GEPEA - Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alagoinhas. E lá estarei, para mais uma contribuição,<br />
na quarta-feira à tarde e na quinta-feira à noite apresentando parte da minha pesquisa sobre alforrias em Alagoinhas (BA). Em <span style="color: red; font-size: large;"><b>APRISIONAMENTOS DE UMA CARTA DE ALFORRIA: LAUREANO E OUTROS PRETOS DA VILA DE SANTO ANTÔNIO DE ALAGOINHAS</b></span>, proponho uma discussão acerca dos sentidos da liberdade expressa nas manumissões, especialmente quando estas apresentam condições a serem respeitadas.<br />
Venham ao Museu! Venham tomar um café conosco e voltem para casa embebidos de cultura!<br />
E hoje tem <span style="color: yellow;"><b>ESCÓRIA - A RUA DA VIDA</b></span>, com entrada franca. Confira abaixo a programação completa.<br />
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<a href="https://4.bp.blogspot.com/-bRKUK14n41s/V-E-ffCDgrI/AAAAAAAAA84/1LyQLgK3yV0rWpseHNGkXiSsg0hrp20JgCLcB/s1600/programa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2B7%2Bcaf%25C3%25A9%2Bcultural%2B2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" src="https://4.bp.blogspot.com/-bRKUK14n41s/V-E-ffCDgrI/AAAAAAAAA84/1LyQLgK3yV0rWpseHNGkXiSsg0hrp20JgCLcB/s320/programa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2B7%2Bcaf%25C3%25A9%2Bcultural%2B2.jpg" width="320" /></a></div>
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<a href="https://3.bp.blogspot.com/-9VXnd2IHvTA/V-E-iJj9D8I/AAAAAAAAA88/3RWGWOlL19ACGC7LHcw5xyih-5pR4_R-QCLcB/s1600/programa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2B7%2Bcaf%25C3%25A9%2Bcultural.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" src="https://3.bp.blogspot.com/-9VXnd2IHvTA/V-E-iJj9D8I/AAAAAAAAA88/3RWGWOlL19ACGC7LHcw5xyih-5pR4_R-QCLcB/s320/programa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2B7%2Bcaf%25C3%25A9%2Bcultural.jpg" width="320" /></a></div>
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Esperamos por vocês!<br />
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Beijos da preta!Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-637888264242249782016-09-19T23:35:00.001-03:002016-09-19T23:35:20.320-03:00Porque a poesia liberta...Me convidaram pra poetizar...<br />
Recitar escritos que rabisco para mim e agora fui desafiada a externar<br />
Mas se é verdade que resistência é parte do meu eu, e já que rimo com "insistência" em <i><span style="color: yellow;">Quem sou eu?</span>, </i>tentarei descobrir quem sou... e quem sabe me libertar do temor de expor a arte que trago em mim...<br />
<br />
Atendo ao seu convite, Aline Pinheiro!<br />
Estarei com vocês DE CORPO E ARTE!!!<br />
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<a href="https://2.bp.blogspot.com/-Y_atSCsJTP4/V-CgMhV4PZI/AAAAAAAAA8k/CfdcupUUDRgxSXPNoXbmim3yTPBe6atAQCLcB/s1600/sarau%2B2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="218" src="https://2.bp.blogspot.com/-Y_atSCsJTP4/V-CgMhV4PZI/AAAAAAAAA8k/CfdcupUUDRgxSXPNoXbmim3yTPBe6atAQCLcB/s320/sarau%2B2.jpg" width="320" /></a></div>
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<a href="https://3.bp.blogspot.com/-NFjwQ4LYKYw/V-CgPQpGFiI/AAAAAAAAA8o/-izJAt8fV8gjdzUZqPnqY4UMXlLwtHZagCLcB/s1600/sarau%2B1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="160" src="https://3.bp.blogspot.com/-NFjwQ4LYKYw/V-CgPQpGFiI/AAAAAAAAA8o/-izJAt8fV8gjdzUZqPnqY4UMXlLwtHZagCLcB/s320/sarau%2B1.jpg" width="320" /></a></div>
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Poetizando por aí...Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-42435637804845164752016-09-14T22:27:00.000-03:002016-09-14T22:27:53.447-03:00I ENCONTRO SOBRE GÊNERO, RAÇA E VULNERABILIDADE SOCIAL Ontem foi um dia feliz! Ou melhor, uma noite feliz!<br />
Conseguimos fazer acontecer um projeto idealizado por mim em parceria com a <b>ORGANIZAÇÃO PELE NEGRA</b>, um grupo de teatro da cidade de Araçás, que tem como missão o empoderamento de jovens negros através da reflexão e do conhecimento de si mesmos enquanto sujeitos autônomos e conscientes da sua história.<br />
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<a href="https://4.bp.blogspot.com/-zdN_H7D-32I/V9nwY70jOpI/AAAAAAAAA7g/5YWCJ8kZVdMdloITIewDqJL1mPVTLzOTACLcB/s1600/cartaz%2Bevento.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://4.bp.blogspot.com/-zdN_H7D-32I/V9nwY70jOpI/AAAAAAAAA7g/5YWCJ8kZVdMdloITIewDqJL1mPVTLzOTACLcB/s320/cartaz%2Bevento.png" width="226" /></a></div>
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Ontem, realizamos na <b>FACULDADE REGIONAL DA BAHIA (UNIRB - Alagoinhas)</b>, instituição onde leciono a disciplina História da Cultura Afro-Brasileira e Indígena para cursos do Colegiado de Engenharia, o<b> I ENCONTRO SOBRE GÊNERO, RAÇA E VULNERABILIDADE SOCIAL</b>, contando com a participação de acadêmicos dos mais diversos cursos que a faculdade oferece.<br />
<br />
O objetivo do encontro foi proporcionar aos acadêmicos um momento de debate e discussão acerca desses temas, que se fazem tão presentes em nossa sociedade. O diálogo foi realizado a partir da exibição do espetáculo <b>ESCÓRIA - A RUA DA VIDA</b>, que tem texto e direção de Sérgio Sousa. Após a apreciação da peça, foi realizado um bate-papo entre os acadêmicos, o elenco, a Profª Drnda. Angela Carla Farias e o Psicólogo Luiz Henrique Casales, mediado por mim.<br />
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-ycq1_v-SXtc/V9nzkIu1Y-I/AAAAAAAAA7s/yQvUGpl58EcH0R4e-DvHaQF4qAeZli4MwCLcB/s1600/BIGHANER.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-ycq1_v-SXtc/V9nzkIu1Y-I/AAAAAAAAA7s/yQvUGpl58EcH0R4e-DvHaQF4qAeZli4MwCLcB/s320/BIGHANER.png" width="209" /></a></div>
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Organizar este evento foi maravilhoso e gratificante. Poder mostrar aos estudantes que a vida na academia não precisa ser monótona e exaustiva e, mais que isso, que a Arte nos ensina e nos propõe reflexões acerca das questões que a teoria nos impõe foi o melhor de tudo.<br />
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<a href="https://2.bp.blogspot.com/-VouP6cGp7iQ/V9n1li1rGvI/AAAAAAAAA7w/j1OtDX6zSb8eh_nrO2s_GCDG9tlo8T7QACLcB/s1600/DSC05587.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://2.bp.blogspot.com/-VouP6cGp7iQ/V9n1li1rGvI/AAAAAAAAA7w/j1OtDX6zSb8eh_nrO2s_GCDG9tlo8T7QACLcB/s200/DSC05587.JPG" width="200" /></a></div>
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-QQJ0wbNxpnM/V9n1xGwDrgI/AAAAAAAAA70/hhDtMqJoKq4dmDNlSfUW-D7y-LbQT-FSACLcB/s1600/DSC05589.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://1.bp.blogspot.com/-QQJ0wbNxpnM/V9n1xGwDrgI/AAAAAAAAA70/hhDtMqJoKq4dmDNlSfUW-D7y-LbQT-FSACLcB/s200/DSC05589.JPG" width="200" /></a></div>
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-ulbLutb9ixw/V9n2RIrV7KI/AAAAAAAAA74/AN5NwpUxxkMBIoN0ncBJgtx_UalDNogjQCLcB/s1600/DSC05498.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://1.bp.blogspot.com/-ulbLutb9ixw/V9n2RIrV7KI/AAAAAAAAA74/AN5NwpUxxkMBIoN0ncBJgtx_UalDNogjQCLcB/s200/DSC05498.JPG" width="200" /></a></div>
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<a href="https://4.bp.blogspot.com/-K-CQEs0iQ6A/V9n2RNY6G6I/AAAAAAAAA78/NfAaIjK0LXMktd-ZjAihZFKXOa-CMNhVACLcB/s1600/DSC05519.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://4.bp.blogspot.com/-K-CQEs0iQ6A/V9n2RNY6G6I/AAAAAAAAA78/NfAaIjK0LXMktd-ZjAihZFKXOa-CMNhVACLcB/s200/DSC05519.JPG" width="200" /></a></div>
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<a href="https://4.bp.blogspot.com/-8lnuYbKO4w4/V9n2Zv0ucDI/AAAAAAAAA8A/n8W9GbyRZf44CKgyGbaQTvCJQl5DvaaCQCLcB/s1600/DSC05559.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://4.bp.blogspot.com/-8lnuYbKO4w4/V9n2Zv0ucDI/AAAAAAAAA8A/n8W9GbyRZf44CKgyGbaQTvCJQl5DvaaCQCLcB/s200/DSC05559.JPG" width="150" /></a></div>
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<a href="https://3.bp.blogspot.com/-0hlLgdzPnSs/V9n25JbFNiI/AAAAAAAAA8E/InE9tOoPCYM0P-SJt-VGIKXPRtgX8-oIgCLcB/s1600/DSC05609.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://3.bp.blogspot.com/-0hlLgdzPnSs/V9n25JbFNiI/AAAAAAAAA8E/InE9tOoPCYM0P-SJt-VGIKXPRtgX8-oIgCLcB/s200/DSC05609.JPG" width="200" /></a></div>
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<a href="https://4.bp.blogspot.com/-CTlORW_Tq00/V9n26vae-_I/AAAAAAAAA8I/oJzZtm-dbeMEA-Uu7nkiGSIT9hecCGhSwCLcB/s1600/DSC05594.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://4.bp.blogspot.com/-CTlORW_Tq00/V9n26vae-_I/AAAAAAAAA8I/oJzZtm-dbeMEA-Uu7nkiGSIT9hecCGhSwCLcB/s200/DSC05594.JPG" width="200" /></a></div>
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<a href="https://3.bp.blogspot.com/-6JhkIyEnDMY/V9n2_ocdrgI/AAAAAAAAA8M/yPQcgI-2HNU1ErGfhDL0vHNxgjIyPFL1ACLcB/s1600/DSC05639.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://3.bp.blogspot.com/-6JhkIyEnDMY/V9n2_ocdrgI/AAAAAAAAA8M/yPQcgI-2HNU1ErGfhDL0vHNxgjIyPFL1ACLcB/s200/DSC05639.JPG" width="200" /></a></div>
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<a href="https://4.bp.blogspot.com/-Ax7alDd7g8o/V9n3PfhteHI/AAAAAAAAA8Q/kMagorhKxqQf-gRrOC1mhpAt_-QyRAP0wCLcB/s1600/DSC05579.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://4.bp.blogspot.com/-Ax7alDd7g8o/V9n3PfhteHI/AAAAAAAAA8Q/kMagorhKxqQf-gRrOC1mhpAt_-QyRAP0wCLcB/s200/DSC05579.JPG" width="200" /></a></div>
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Aproveito este espaço para agradecer ao apoio da superintendente acadêmica, Milena Liberatto; dos colegas que participaram do debate e daqueles que foram prestigiar com suas turmas; do Grupo Pele Negra, especialmente o presidente Sérgio Sousa; e, principalmente, das acadêmicas Ianna, Bruna e Aline, do 4º semestre B de Direito (noturno), sem as quais não teria conseguido divulgar e organizar tudo. Meninas, meu agradecimento especial a vocês!<br />
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E lembro que o Novembro Negro vem aí... Teremos novidades!<br />
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Bjs da Preta!<br />
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<br />Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-42945664985584300702016-08-01T21:39:00.001-03:002016-08-02T00:04:58.559-03:00NO RASTRO DO POVO PRETO...<b><span style="color: yellow;">ENTRE HISTÓRIAS E VIVÊNCIAS, CÁ ESTOU DE VOLTA, DEPOIS DE ALGUNS ANOS EM SILÊNCIO...</span></b><br />
<b><br /></b>
Sigamos!!! No rastro do povo preto!<br />
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<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/GsyzOysiUfA/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/GsyzOysiUfA?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
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Para iniciar, compartilho com vocês uma alegria. Tive a honra e o prazer de ser convidada para atuar no documentário <b><span style="color: yellow;">"Bênção, Mãe Stella"</span></b>. Foi uma experiência mágica poder dar voz à escrita de Mãe Stella de Oxossi e poder levar a sua mensagem de amor, paz e respeito ao outro. Convido-os a assistir e se encantar. Se emocionar não é opção. É efeito! Porque é simplesmente lindo e profundo.
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=GsyzOysiUfA"></a></div>
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-E4hcad9WFho/V5_pNYXsttI/AAAAAAAAA6A/A5qmr3i_ywMa1LmDYFWtBsjWkfVayaXQACLcB/s1600/cena%2Bde%2BB%25C3%25AAn%25C3%25A7%25C3%25A3o%2BM%25C3%25A3e%2BStella%2B3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-E4hcad9WFho/V5_pNYXsttI/AAAAAAAAA6A/A5qmr3i_ywMa1LmDYFWtBsjWkfVayaXQACLcB/s320/cena%2Bde%2BB%25C3%25AAn%25C3%25A7%25C3%25A3o%2BM%25C3%25A3e%2BStella%2B3.jpg" width="320" /></a></div>
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Por trás das câmeras...</div>
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-AJOom8LrNWs/V5_pNZJZJUI/AAAAAAAAA58/Jx4ChU-zn1Am-IWMmHgmxFSyxPMWg8-BACLcB/s1600/cena%2Bde%2BB%25C3%25AAn%25C3%25A7%25C3%25A3o%2BM%25C3%25A3e%2BStella.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://1.bp.blogspot.com/-AJOom8LrNWs/V5_pNZJZJUI/AAAAAAAAA58/Jx4ChU-zn1Am-IWMmHgmxFSyxPMWg8-BACLcB/s320/cena%2Bde%2BB%25C3%25AAn%25C3%25A7%25C3%25A3o%2BM%25C3%25A3e%2BStella.jpg" width="320" /></a></div>
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Cena do documentário</div>
Em breve, novas postagens!<br />
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Axé! </div>
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Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-43981870157315127402011-09-27T19:18:00.000-03:002011-09-27T19:18:58.493-03:00O ENSINO DE HISTÓRIA DO/NO BRASIL E A LEI 11645/08É possível afirmar que a trajetória da História como disciplina escolar, no Brasil, não foi tranqüila, tanto em relação à sua introdução na grade curricular da escola secundária quanto a elaboração de seus programas e currículos.<br />
Como disciplina curricular surgiu no sistema público em 1837, quando começaram a circular pelo país os primeiros livros didáticos, demarcando a crença na força do livro escolar como peça importante na viabilização dos projetos educacionais. A obra didática era concebida como principal instrumento para divulgação do ideário educacional, dependendo dela, a formação do professor e do aluno. Ou seja, foi no âmbito da produção didática que se pode perceber a movimentação em torno da construção e difusão da história nacional empreendidas no Brasil a partir do século XIX. <br />
É importante destacar que, naquele período, a História do Brasil era vista numa posição secundária em relação ao estudo da História Universal. A criação do IHGB, em 1843, propôs a construção de uma história nacional através da hierarquização de alguns fatos, que passaram a ser centros explicadores em torno dos quais todo um conjunto passava a ser referido. <br />
No período Republicano, a expansão do sistema escolar e os avanços dos estudos no campo educacional produziram um efeito de incentivo aos professores para a produção de obras segundo suas experiências pedagógicas. Assim, as primeiras décadas do século XX já demarcam a existência de uma produção significativa de obras didáticas brasileiras. Muitas delas estavam voltadas à orientação dos professores para o ensino e não se destinavam efetivamente aos alunos. A preocupação com a história pátria e a sua veiculação didática tomam um novo fôlego. O regime precisa ser legitimado e o campo da história é um importante pilar para que isso aconteça. <br />
Neste período, alguns dos pilares e características fundantes da história nacional já estão consolidados pelo IHGB, que funciona como aglutinador e grande referencia na produção da história nacional. A pátria e o sentimento de esforço, doação e colaboração se realizam pela defesa da família em momentos ameaçadores. Assim, a história do Brasil é construída sobre o signo do progresso e da realização e a construção da nação percorre um caminho em que todas as diferenças dão lugar a uma comunidade de valores, nascida de raças diferentes, mas imbuídas da mesma vontade. A necessidade de identificar o povo e Pátria vai aparecer em documentos oficiais até o fim da década de 1950. <br />
Escrever livros didáticos no inicio do período republicano, com o objetivo de ajudar a difundir essas representações chegou a ser considerado uma missão patriótica. Neste momento, havia a preocupação com a construção de um “quadro” de heróis, embora o mesmo variasse de acordo com a região. Esta discussão em torno da construção de um passado podia ser percebida de forma mais sistemática dentro da produção didática. O debate acerca da construção da identidade nacional buscava uma abordagem da diversidade brasileira no currículo através da disseminação da democracia racial brasileira, que conforme dito antes, expunha a ausência de preconceitos raciais e étnicos. <br />
No início dos anos 1940, o Ministério da educação e Saúde Pública estabeleceu o ensino de História como disciplina autônoma e a grade curricular das disciplinas do campo das ciências humanas foi ampliada. O ensino era caracterizado pelo controle do Estado sobre a prática pedagógica e, conseqüentemente, o discurso histórico era estático, caracterizado por um conhecimento factual e homogêneo. Neste contexto, negros e índios apareciam em livros didáticos de foram estereotipada. O negro que representado nos livros de Historia era ainda retratado como mercadoria produtora de outras mercadorias e o índio reforçava a imagem do bom selvagem de Rousseau, mitificado por José de Alencar e Gonçalves Dias. O objetivo deste modelo do ensino de História era a formação do cidadão ideal e a neutralização do poder das oligarquias regionais.<br />
Em 1961, a instituição das Diretrizes e Bases da Educação Brasileira 4.024/61 resultou na diminuição da carga horária de História em prol da incorporação de disciplinas “mais úteis”. O ensino de História e Geografia é substituído pela disciplina Estudos Sociais, perdendo assim sua autonomia, recuperada apenas nos anos 1980. A Lei 5.692/71, durante o governo militar, consolidou a substituição da História e Geografia pelos Estudos Sociais. Para atender a demanda dos profissionais, o Estado criou as Licenciaturas Curtas, que contribuiu para o avanço das universidades privadas, bem como para a desqualificação do profissional docente, que além de Estudos Sociais, ministrariam aulas de EMC e OSPB com conteúdos totalmente doutrinários. O objetivo desta iniciativa, além de esvaziar os conteúdos de História, era por em prática uma ideologia nacionalista. <br />
A volta da História como disciplina autônoma e obrigatória na formação educacional aconteceu a partir de ações da ANPUH e da AGB na década de 1970. Os anos 70 marcaram, dessa forma, uma crise no ensino da História em função da virada historiográfica — movimento decorrente dos Annales. <br />
Os anos 1980 afirmam o retorno da História ao currículo oficial com a proposta de trazer para o centro dos debates os sujeitos até então excluídos da história ensinada na escola fundamental. Com o fim dos governos militares, vê-se a expansão dos cursos de pós-graduação em História e a abordagem de novas problemáticas no campo da historiografia (história social, cultural e do cotidiano), valorizando as aproximações da História com outras disciplinas. <br />
As décadas de 1980 e 1990 foram marcadas por reformulações curriculares no Brasil, promovidas por estados e municípios, que não necessariamente surtiram efeito na modificação de práticas docentes. Estas reformulações têm relação direta com a transição da ditadura civil-militar para um período democrático em um mundo em processo de globalização.<br />
Em meados da década de 1990, este movimento de reformulações curriculares. A Nova LDB (Lei 9.394/96) estabelecia que O ensino da História do Brasil deveria levar em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e européia. Em linhas gerais, a União tomou para si a responsabilidade de rever os currículos existentes, estabelecendo parâmetros básicos. As propostas então desenvolvidas sofreram inúmeras críticas, sendo algumas, a princípio, rejeitadas pelos docentes, como foi o caso dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino Médio.<br />
Divulgados em 1999, os PCNs buscavam superar a lógica disciplinar presente nas escolas. Entre outras coisas, propunham reorganizar o Ensino Médio em três áreas: Linguagens, códigos e suas tecnologias, Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias e Ciências Humanas e suas tecnologias. Os PCNs de História priorizavam, dessa forma, a consolidação da formação da cidadania e a construção dos laços de identidade, além disso, tem como objetivo incentivar a criticidade no aluno, através da condução do processo de ensino a partir da sua leitura de mundo e do conhecimento local e regional.<br />
Transpondo a questão do saber histórico para o saber pedagógico, vê-se, a partir do painel da didática da/na história, que é impossível pensar hoje a escola como mera instituição reprodutora de saber. A “história do ensino da história” deixa evidente que o ato educacional é fundamentalmente um ato político e a História, enquanto ciência e disciplina escolar é o centro de atuação dos sujeitos, saberes e práticas historiográficas.<br />
Conforme mencionado antes, a História Cultural tornou viável o diálogo entre as ciências humanas e outras disciplinas e, com isso, trouxe a interdisciplinaridade para o centro do debate acerca da variedade das fontes e, mais que isso, sobre o que é ou não considerado uma fonte histórica. Ao contrário do que possa parecer, esta não é uma reflexão que se fundamenta apenas no trabalho do historiador/pesquisador, mas também na atuação do historiador que leciona. Se, conforme afirmou Paulo Knauss, todo processo de construção do conhecimento requer pesquisa, é impossível pensar ensino e pesquisa como atividades indissociáveis.<br />
A Lei 10639/03 foi promulgada em 09 de janeiro e altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". Em 2008 este texto foi alterado pela inclusão da temática indígena, o que resultou na Lei 11645, segundo a qual, deve-se incluir no currículo do ensino fundamental e médio das instituições de ensino públicas e privadas, “o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.” <br />
É importante deixar claro que toda Lei tem uma história e a promulgação da lei 10639 é fruto de uma luta dos movimentos sociais negros que se iniciou ainda no período pós-abolição. Além de a abolição da escravatura, em 1888, não ter significado a inclusão do negro na sociedade brasileira, contribuiu para o avanço da discriminação racial ao eliminar da sua proposta a inclusão sócio-econômica daquela parcela da população. Jogados à própria sorte, os negros perceberam que a resistência contra o escravismo foi só o primeiro passo na luta pela liberdade. O pós-abolição marcou uma nova forma de resistência: a luta contra a discriminação e a inserção social. <br />
A valorização da educação formal foi uma das técnicas utilizadas pelos negros em busca da mobilidade vertical. A escola passou a ser vista como um veículo de ascensão social, conforme pesquisa realizada por Florestan Fernandes em 1951. É oportuno lembrar que em um determinado período da História do Brasil os negros escravizados eram proibidos do acesso à educação, conforme a Lei 01, de 04 de janeiro de 1837, que determinava, em seu artigo terceiro, a proibição de escravos e pretos africanos, ainda que fossem livres ou libertos, de freqüentar a escola. O processo educacional descrito por Florestan Fernandes, em sua essência, apresentava uma estrutura eurocêntrica e inferiorizava e desqualificava o continente africano e sua gente.<br />
Ao perceberem a inferiorização dos negros, ou melhor, a produção e a reprodução da discriminação racial contra os negros e seus descendentes no sistema de ensino brasileiro, os movimentos sociais negros (bem como os intelectuais negros militantes) passaram a incluir em suas agendas de reivindicações junto ao Estado Brasileiro, no que tange à educação, o estudo da história do continente africano e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional brasileira. Parte desta reivindicação já constava na declaração final do I Congresso do Negro Brasileiro, que foi promovido pelo Teatro Experimental do Negro (TEN), no Rio de Janeiro, entre 26 de agosto e 4 de setembro de 1950, portanto, há mais de meio século. Nesse congresso recomendou-se, dentre outros pontos, “o estímulo ao estudo das reminiscências africanas no país bem como dos meios de remoção das dificuldades dos brasileiros de cor e a formação de Institutos de Pesquisas, públicos e particulares, com esse objetivo. Naquele período, o negro que aparecia nos livros de Historia era ainda retratado como mercadoria produtora de outras mercadorias e o índio reforçava a imagem do bom selvagem de Rousseau, mitificado por José de Alencar e Gonçalves Dias. Diante disso, vê-se que era praticamente impossível que tais reivindicações fossem atendidas.<br />
Em 1987, Carlos Hasenbalg publicou pontos da agenda de reivindicações das entidades negras e, dentre os assuntos citados, consta a reformulação dos currículos escolares visando à valorização do papel do negro na História do Brasil e a introdução de matérias como História da África e línguas africanas.<br />
Reivindicações como esta marcaram a pauta das reuniões entre os movimentos negros e o Estado brasileiro em toda a década de 90 do século XX. De 1989 até 1996, várias leis municipais e estaduais propunham o estudo da “raça negra” e história africana nas escolas (Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Belém , Aracaju, São Paulo, Teresina e Brasília, por exemplo), todavia, as propostas não saíam do papel, configurando um tipo de “lei para afro-descendente ver”. Quando, em 2003, foi sancionada a Lei 10639, foi um passo a mais na caminhada pela consolidação de uma educação antirracista, todavia, um passo que reclama reformulações, uma vez que suscita alguns questionamentos: como implementar a proposta? A quem cabe a fiscalização? Quais as metas para a aplicação dessa Lei?<br />
Estas respostas não são respondidas pela legislação federal. Vê-se uma proposta genérica e, mais que isso, vê-se que a responsabilidade pela aplicação desta Lei e, conseqüentemente, da Lei 11645/08, que a substitui, cabe somente ao educador, que decide pela sua aplicação ou não no espaço da sala de aula. <br />
Em síntese, o que se percebe é que as ações de fiscalização e incentivo à implementação da lei 11645/08 parte muito mais de instituições não governamentais vinculadas aos movimentos afro-indígenas, que do poder público oficial. Entendemos que o racismo à brasileira manifesta-se muitas vezes de forma não declarada, sendo camuflado e negado. Esta Lei insere-se, então, numa perspectiva que visa a desconstrução dos preconceitos e discriminações raciais na educação, regulamentada pelas diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, que certamente podem subsidiar ações pedagógicas no sentido de libertar a sociedade dos paradigmas de silenciamento diante das posturas, atitudes e concepções preconceituosas e racistas. Dessa forma, a História do continente africano e as questões vivenciadas pelos povos negros, vistas com estranhamento e sob uma visão criada de dominação e desumanização em que a África é denominada como inferior, primitiva e subjugada, deixarão de ser assim compreendidas.<br />
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<b>Sugestões de Leitura (Referências)</b><br />
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SILVA, Maria Aparecida da. <i><b>Formação de Educadores/as para o Combate ao racismo: mais uma tarefa essencial</b>. </i>In: CAVALLEIRO, Eliane (org). Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Summus, 2001.<br />
<br />
SANTOS, Sales Augusto dos. <i><b>A Lei no 10.639/03 como fruto da luta anti-racista do Movimento Negro</b>. </i>In: Educação anti-racista : caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. 236 p. (Coleção Educação para todos)Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-21418797731464892892011-08-09T21:14:00.000-03:002011-08-09T21:14:30.942-03:00LANÇAMENTO DO CADERNO "LUIZA MAHIN: UMA RAINHA AFRICANA NO BRASIL" <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-a_NROF9CNcM/TkHMa-8ATUI/AAAAAAAAAIY/-bexqkUHCPM/s1600/caderno-cortado-luiza-mahin.png" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="211" width="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-a_NROF9CNcM/TkHMa-8ATUI/AAAAAAAAAIY/-bexqkUHCPM/s400/caderno-cortado-luiza-mahin.png" /></a></div><br />
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<b>CEAP lança seminários em mais uma ação pela implementação da Lei 10.639 </b><br />
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O Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP) lança o seminário “Caminhos para uma Educação Democrática – Lei 10.639/03”, no dia 12 de agosto, no Palácio Gustavo Capanema, a partir das 9h. O evento, que marca a quinta edição do Concurso de Redação Camélia da Liberdade 2011 - lançado em 30 de junho pela internet -, acontecerá também em São Paulo, Vassouras, Queimados, Macaé e Cabo Frio. O patrocínio é da Petrobras, e tem vários parceiros como o Instituto do Negro Padre Batista, secretarias de Educação e Cesgranrio. <br />
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Gratuitos, os seminários são voltados para professores dos ensinos Médio e Fundamental, a fim de buscar desenvolvimento sobre o tema do Concurso de Redação 2011: “Luiza Mahin: uma rainha africana no Brasil”. Nos encontros, os docentes poderão inscrever suas escolas e participar de debates e esclarecimentos sobre o tema, que faz parte de mais uma etapa pela implementação da Lei 10639/03 nas instituições de ensino de todo o Brasil.<br />
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O conselheiro estratégico do CEAP, Ivanir dos Santos, explica que o Concurso de Redação Camélia da Liberdade valoriza a cultura africana e dos afrodescendentes. Além disso, promove o debate com a sociedade sobre as desigualdades de 79 milhões de negros que vivem no Brasil. “Mais do que alavancar novas políticas públicas para dirimir tais diferenças, é importante entender o passado e a rica história para disseminar o conhecimento”, conclui.<br />
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Já o secretário-executivo da instituição, Luiz Carlos Semog, diz que a intenção do CEAP é bater o recorde de inscrições com o tema Luiza Mahin. “Acreditamos que somente a implementação da Lei 10.639/03 nas escolas deste País possibilitará amplitude de conhecimento histórico. É ela que institui os ensinos das histórias da África e da Cultura Afro-brasileira em salas de aulas, e o concurso é uma grande oportunidade das instituições de ensino perceberem uma vocação de milhares de alunos", ressalta. <br />
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As inscrições para participação dos seminários podem ser feitas pelo Portal CEAP (www.portalceap.org.br) ou nos locais. Alunos que queiram concorrer devem fazer o pedido de cadastramento nas secretarias das escolas. Cada unidade de ensino inscrita recebe um kit de apoio a professores, contendo, entre outros materiais, o DVD “Desigualdade racial no mercado de trabalho”, revista em quadrinhos <b>“Luiza Mahin: A Guerreira dos Malês”, de Aline Najara da Silva Gonçalves </b>(somente para projeto-piloto no Rio de Janeiro para o Ensino Fundamental) e os cadernos “Projeto Político na Escola” e “Prática para a Diversidade”, respectivamente de Azoilda Loretto e Andrea Borges.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-HDnZzSZtS58/TkHM3lhZZNI/AAAAAAAAAIo/k-Oqb9DMaQQ/s1600/CAPA%2BHQ.png" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="400" width="294" src="http://3.bp.blogspot.com/-HDnZzSZtS58/TkHM3lhZZNI/AAAAAAAAAIo/k-Oqb9DMaQQ/s400/CAPA%2BHQ.png" /></a></div><br />
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Premiação e incentivo<br />
Ao vencedor, um notebook e uma impressora multifuncional jato de tinta. À sua escola, um laboratório de informática com dez computadores. Para o segundo colocado, um microcomputador e uma impressora multifuncional. Ao terceiro, um microcomputador e uma impressora simples. Os professores orientadores dos alunos vencedores também serão premiados. Primeiro lugar, um Tablet; segundo, um notebook; e o terceiro, um Ipod.<br />
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Como incentivo, o CEAP publicará um livro com as melhores redações de cada estado, que será entregue aos autores e suas respectivas escolas durante o lançamento da próxima edição do Concurso de Redação. <br />
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Sobre o CEAP<br />
O Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP) é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, vinculação partidária ou religiosa. Criado em 1989, surgiu da união de ex-internos da extinta Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Funabem) e representantes da comunidade negra e do movimento de mulheres. Seu principal objetivo é lutar por uma sociedade justa e igualitária, por meio de Ações Afirmativas para a implementação de políticas públicas de combate à discriminação racial e todas as formas de preconceito que atingem a população brasileira.<br />
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Luiza Mahin: uma rainha africana no Brasil <br />
A africana Luiza Mahin nasceu no século XIX. Radicada no Brasil, foi alforriada em 1812. Luiza viveu em Salvador, na Bahia. De sua união com um fidalgo português, nasceu Luís Gama, grande poeta e abolicionista. <br />
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Luiza participou das articulações de revoltas e levantes de escravos. Entre as principais revoltas estão a dos Malês, em 1835, e Sabinada (1837 – 1838). Caso o levante dos Malês tivesse sido vitorioso, Luiza teria sido reconhecida como a Rainha da Bahia. <br />
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Serviço: <br />
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Seminário Caminhos para uma Educação Democrática – Lei 10.639/03<br />
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Concurso de Redação Camélia da Liberdade 2011. <br />
Tema: Luiza Mahin – Uma rainha africana no Brasil, sempre de 9h às 18h. <br />
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Dia 12/08, sexta-feira – Rio de Janeiro<br />
Palácio Gustavo Capanema – Auditório Gilberto Freire<br />
Rua da Imprensa, Nº 16, 2º andar – Centro<br />
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Dia 15/08, segunda-feira – São Paulo<br />
Secretaria de Justiça de São Paulo<br />
Pátio do Colégio, Nº 184, Centro<br />
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Dia 22/08, segunda-feira – Queimados<br />
Escola Estadual D. João VI<br />
Rua Jorge Ferreira Silva, Nº 91, Bairro da Glória – Queimados<br />
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Dia 25/08, quinta-feira – Vassouras <br />
Universidade Severino Sombra – Auditório Severino Sombra<br />
Av. Expedicionário Oswaldo de Almeida Ramos, Nº 289, Centro – Vassouras<br />
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Dia 30/08, quinta-feira – Cabo Frio <br />
Teatro Municipal de Cabo Frio<br />
Av. Anibal Amador do Vale, S/Nº – Algodoal<br />
Praia do Forte – Cabo Frio<br />
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Dia 31/08, quarta-feira – Macaé<br />
Cidade Universitária de Macaé<br />
Av. do Aloízio Nº 50, Glória – Macaé<br />
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Mais informações www.portalceap.org.br Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-36004746463715072042011-05-26T07:35:00.000-03:002011-05-26T07:35:19.796-03:00É FESTA NO ORUM!ABDIAS NASCIMENTO, faleceu dia 23 de maio, às 22h:50. Foi para todos do Movimento Negro uma lição de coragem e perseverança na luta sem fronteiras de combate ao racismo. O Orúm se abre para te receber! Continue guiando esta que a luta de todos nós!Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-81113071762404846952011-03-28T22:01:00.002-03:002011-03-28T22:01:27.543-03:00LEI Nº 12.391, DE 4 DE MARÇO DE 2011.Presidência da República<br />
Casa Civil<br />
Subchefia para Assuntos Jurídicos<br />
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<br />
LEI Nº 12.391, DE 4 DE MARÇO DE 2011.<br />
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Inscreve no Livro dos Heróis da Pátria os nomes dos heróis da “Revolta dos Búzios” João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino Santos Lira e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga.<br />
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<br />
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:<br />
<br />
Art. 1o Inscrevam-se no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília, os nomes dos heróis da “Revolta dos Búzios” João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino Santos Lira e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga.<br />
<br />
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.<br />
<br />
Brasília, 4 de março de 2011; 190o da Independência e 123o da República.<br />
<br />
DILMA ROUSSEFF<br />
Anna Maria Buarque de Hollanda<br />
<br />
Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.3.2011 - Edição extraAline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-22484720296607071622011-03-28T21:58:00.000-03:002011-03-28T21:58:01.766-03:00Líderes da Revolta de Búzios são reconhecidos como heróis!Por Daiane Souza<br />
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A presidenta Dilma Rousseff sancionou, em 4 de março último, a Lei 12.391, que determina a inscrição dos nomes dos líderes da Revolta de Búzios no Livro de Aço dos Heróis Nacionais. Enforcados em praça pública, João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino Santos Lira e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga são símbolos do movimento que reviu os ideais de liberdade e igualdade no País.<br />
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A Revolta ocorreu em 1798, época em que os princípios iluministas e a independência dos Estados Unidos influenciavam fortemente os ideais libertários dos brasileiros, que contrastavam com a precária condição de vida do povo negro. O grande diferencial do movimento foi a articulação de grupos mais pobres da população baiana para defender propostas que realmente os representassem.<br />
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<b>OUTROS PRINCÍPIOS –</b> A conspiração surgiu das discussões promovidas pela Academia dos Renascidos e foi apoiada pelas mais diversas classes sociais, tornando-se um dos primeiros movimentos populares da história do Brasil. Seus princípios eram a emancipação da colônia e a abolição da escravidão; o objetivo, transformar o Brasil numa república democrática. O sonho foi realizado, porém só 147 anos depois.<br />
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O Livro de Aço dos Heróis Nacionais, no qual estão registrados os quatro líderes da Revolta, fica exposto permanentemente no Panteão da Pátria e da Liberdade. Para quem deseja visitá-lo, o Panteão fica localizado no Eixo Monumental, Praça dos Três Poderes, na capital do Brasil, onde pode ser visto em qualquer dia da semana (inclusive nos feriados), entre as 9h e 18h.<br />
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<b>“Animai-vos, povo bahiense, que está por chegar o tempo feliz da nossa liberdade, o tempo em que seremos todos irmãos, o tempo em que seremos todos iguais” (lema da Revolução de Búzios)</b><br />
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Conheça os heróis da Revolta de Búzios<br />
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<b>João de Deus do Nascimento</b><br />
(1761 – 1799)<br />
Filho de mulata alforriada com português, João de Deus nasceu em Salvador. Inconformado com a situação de miséria da colônia, participou de reuniões secretas, juntamente com estudantes, comerciantes, intelectuais, soldados e artesãos. Ao tomar conhecimento da Revolução Francesa, passou a discutir os ideais liberais e as possibilidades de sua aplicação no Brasil.<br />
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<b>Lucas Dantas de Amorim Torres</b><br />
(1775 – 1799)<br />
Pardo, escravo liberto, soldado e marceneiro, Lucas Dantas foi o responsável pela reunião de representantes das mais diversas classes sociais para debater sobre a liberdade e a independência do povo baiano.<br />
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<b>Manuel Faustino Santos Lira</b><br />
(1781 – 1799)<br />
Filho de escrava liberta e pai desconhecido, Manuel Lira também nasceu em Salvador. Foi um dos primeiros suspeitos pela autoria de panfletos anônimos que conclamavam a população a defender a “República Bahiense”.<br />
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<b>Luís Gonzaga das Virgens e Veiga</b><br />
(1763 – 1799)<br />
Soldado, negro, Luís Gonzaga das Virgens e Veiga era o mais letrado entre os líderes da revolta. Descendia de portugueses e crioulos. Sentiu e expressou o sentimento de revolta contra o preconceito de cor dominante no seu tempo. Foi autor do mais polêmico manifesto feito durante o movimento.<br />
<br />
Fonte: http://www.palmares.gov.br/?p=9683Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-47512123354984979912011-03-15T21:56:00.000-03:002011-03-15T21:56:51.622-03:00UM PERCURSO PELAS IDÉIAS QUE TENTARAM LEGITIMAR A INFERIORIZAÇÃO DOS NEGROSEm Raça e Diversidade, Lília Moritz apresenta uma análise acerca das teorias raciais desenvolvidas no século XIX que buscavam atestar as diferenças entre os homens tomando como parâmetro as especificidades genéticas dos povos. Para fundamentar tal análise, a autora discute o contexto no qual estas teorias foram produzidas e revela a adequação das mesmas ao pensamento científico da época. Segundo o que ela mesma afirma, versa sobre “o espetáculo das diferenças”, mais precisamente, sobre “a descoberta das diferenças entre os homens”.<br />
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<b>O surgimento da diversidade humana: o “eu” e o “outro”:<br />
</b><br />
Embora as teorias raciais tenham se desenvolvido com mais intensidade e notoriedade Durante o século XIX, sua origem data de tempos bem mais longínquos. Na Antiguidade Clássica, a denominação de bárbaros aos povos que se distinguiam culturalmente dos romanos já denotava a intolerância cultural daquele povo, assim como os cristãos chamavam de pagãos ou hereges àqueles que professavam uma fé diferenciada. Esta também foi a postura dos europeus frente aos habitantes do Novo Mundo, chamados primitivos por não se enquadrarem no padrão de civilidade conhecido. Percebe-se aqui um problema que seria o germe das teorias raciais – o desrespeito à ALTERIDADE.<br />
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<b>O século XVI: O imaginário europeu em foco</b><br />
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O século XIV, com o encontro com o Novo Mundo, ativa o imaginário europeu, que se vê alimentado pelos relatos e estórias fenomenais acerca desses homens e lugares tão distantes e, talvez, encantados. Era um misto de mito e superstições alimentadas por escritos de outros navegantes, como Marco Polo. Essas informações míticas e supersticiosas pertenciam quase todas à tradição grega: Ctésias de Cnido em 398 antes de Cristo, já escrevia sobre a existência de raças fantásticas como os ciápodas que possuíam um único e grande pé, os homens peludos, sem cabeça, e que tinham os olhos nos ombros, etc; Plínio, em 77 depois de Cristo, também escrevia sobre os monstros e maravilhas que foram avistadas na Índia, como seres antropófagos (que comiam carne humana), seres andrógenos (que possuíam os dois sexos), etc. <br />
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Se por um lado, o europeu se viu fascinado pela beleza natural do continente novo, a ponto de destacar a edenização do território, no tocante à humanidade as divergências eram enormes. <br />
<i>“A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto (...) um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. Também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal como se lá também houvesse prata.” </i>(grifos meus)<br />
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Este trecho da carta de Caminha ilustra bem como o imaginário do português influenciou suas atitudes frente ao Novo Mundo. Tratava-se, pois, de um período em que era melhor ouvir do que ver - o imaginário alimentava o que seria visto; a visão era uma representação desse imaginário. Data deste período (sec. XVI) as primeiras imagens com o diabo representado com pele escura e estranhos cocares. A foto abaixo foi divulgada pela Benetton na década de 1990 em uma das suas campanhas publicitárias e parece dialogar com tal ideologia.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-pBk3OCzBTtw/TYAFE_nan7I/AAAAAAAAAHA/vGnpKkvCgSs/s1600/perman%25C3%25AAncia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="280" width="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-pBk3OCzBTtw/TYAFE_nan7I/AAAAAAAAAHA/vGnpKkvCgSs/s400/perman%25C3%25AAncia.jpg" /></a></div><br />
A imagem abaixo – A adoração dos reis magos – data do sec. XVI e resignifica o nascimento de Cristo no novo contexto da América. <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-41Wvjevr2lc/TYAFccvRn2I/AAAAAAAAAHI/t8_VP70FT0s/s1600/adora%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="400" width="294" src="http://1.bp.blogspot.com/-41Wvjevr2lc/TYAFccvRn2I/AAAAAAAAAHI/t8_VP70FT0s/s400/adora%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" /></a></div><br />
Observa-se o mesmo cenário, entretanto o elemento central – que deveria ser um rei mago, como de costume – é um índio, com cocar, flecha e cabelo encaracolado, deixando óbvio que se trata de um habitante do Novo Mundo. O interessante é que ele aparece em meio a um contexto diversificado: de um lado, o arco e flecha, símbolos do canibalismo, e de outro, a ambientação toda européia.<br />
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<b>Canibalismo:</b><br />
<br />
O canibalismo era uma prática impossível de ser entendida pelos europeus. As imagens que seguem representam a preparação para o corpo ser devorado e o ritual do canibalismo propriamente dito. Veja:<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-PntTO23794A/TYAG2UxhhyI/AAAAAAAAAHY/o78XXN8_ndw/s1600/canibalismo%2B2.jpg.png" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="264" width="293" src="http://1.bp.blogspot.com/-PntTO23794A/TYAG2UxhhyI/AAAAAAAAAHY/o78XXN8_ndw/s400/canibalismo%2B2.jpg.png" /></a></div><br />
Nota-se um branco, ao fundo, prestes a ser devorado. Ele não porta arma alguma, ao contrário do indígena. Trata-se de uma representação da postura pacífica do europeu. Em contraposição à barbárie dos índios. Logo abaixo se vê uma donzela, que já foi assassinada e outro homem sendo devorado... Abaixo, vários esqueletos!<br />
A incompreensão do ritual do canibalismo e a resistência dos índios à invasão, vista pelos europeus como selvageria e barbárie, viabilizaram a representação destes como figuras demoníacas. A autora Laura de Melo e Souza, nas obras <i>Inferno Atlântico </i>e <i>O Diabo na Terra de Santa Cruz</i>, trata da demonização do Novo Mundo e dos seus costumes. Nestas obras, a autora demonstra como as representações do diabo no período foram cada vez mais se aproximando fisicamente das características indígenas e africanas. O quadro O Inferno, representa bem esta idéia: Há um diabo negro, que usa cocar – uma referência clara aos africanos e indígenas. Além disso, o indígena representado não é bem um homem nem um animal, porque apresenta rabo; é a própria idealização do homem feito besta, feito fera, feito bicho.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-z9oAwupCz-g/TYAIC_QTFEI/AAAAAAAAAHg/EVgFoXEPQ1k/s1600/inferno.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="219" width="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-z9oAwupCz-g/TYAIC_QTFEI/AAAAAAAAAHg/EVgFoXEPQ1k/s400/inferno.jpg" /></a></div><br />
A imagem abaixo mostra mais uma vez a selvageria e barbárie dos indígenas, que,supostamente, precisavam ser pacificados pelos europeus, a fim de que não se autodestruíssem.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-l1me7YaCRtU/TYAI84fbOJI/AAAAAAAAAHo/zXWVpbOHVHc/s1600/selvageria.png" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="181" width="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-l1me7YaCRtU/TYAI84fbOJI/AAAAAAAAAHo/zXWVpbOHVHc/s400/selvageria.png" /></a></div><br />
É interessante perceber que, enquanto os indígenas eram levados para corte européia a fim de descobrir se eram homens ou feras, afogavam europeus, a fim de perceberem se eram deuses ou homens. A grande questão gira em torno da humanidade destes homens e, em 1537, o debate se acirrou entre Sepúlveda e Bartolomeu de Las Casas. Bartolomeu defendia a humanidade destes, enquanto Sepúlveda alegava que não se tratava de homens. O século XVI termina com este debate não resolvido – “Mas por que diabo essa gente não usa calças?” (Montaigne, 1578).<br />
<br />
<b>Século XVIII:<br />
<br />
O pensamento Iluminista e a igualdade entre os homens:</b><br />
<br />
O século XVIII é marcado pelo ideal difundido com a Revolução Francesa, que pregava “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”. Assim, ficou estabelecida a igualdade entre os homens. Um dos grandes expoentes desse debate é Rousseau. Na obra Do Contrato Social, ele afirma: “... todos nascem homens e livres”, assim renunciar à liberdade é renunciar à própria qualidade de homem. Ele cria o modelo do Bom Selvagem, que seria o modelo ideal do selvagem; aquele que foi domesticado e apresenta sinais de civilidade.<br />
Ao lado da teoria de Rousseau, surgem os primeiros modelos de detratação da América que combatem as teorias da Ilustração e a ”suposta” igualdade entre os homens.<br />
<br />
<b>A debilidade do continente americano (1749; 1768): </b><br />
<br />
Buffon afirmava que a inexistência de animais de grande porte e a aparência dos homens americanos mostrava que este é um continente imaturo, que não evoluiu. O abade Corneille de Pauw argumentava que este não era um continente novo, mas um território “degenerado” e “decaído”, ou seja, um continente deteriorado. Assim, a América deixava de ser vista como o Éden.<br />
<br />
<b>Século XIX: A naturalização das diferenças<br />
</b><br />
Neste século há a negação total aos princípios da Revolução Francesa. Segundo Louis Dumont, ao impor a igualdade, o liberalismo não deu conta da diversidade e instaurou o racismo. No contexto do século XIX, vemos uma burguesia fortalecida economicamente e determinada a expandir seus domínios. Basta analisar um mapa da África nesse contexto para confirmar este quadro. Tratava-se da era do imperialismo, oi do chamado neo-colonialismo. “Hei de conquistar todos os continentes e os planetas”. Esta era a fala de Cecil Rhodes, imperialista. Tratava-se de uma época em que se falava em progresso, industrialização, monogamia, ou seja, valores da Europa Ocidental. Observando o mapa africano antes e após a chamada Partilha da África, percebe-se bem a expansão da ideologia imperialista.<br />
O imperialismo trazia, então, o progresso. Como denota as imagens abaixo:<br />
<br />
<b>Na ciência...</b><br />
<br />
A ciência, burguesa e determinista, envolvida em seus ideais imperialistas, classificava os homens de forma totalitária. Se a humanidade progredia, era preciso especificar os estágios de civilização em que cada grupo se encontrava. De acordo com esse pensamento, existiriam características biológicas e sociais que determinariam que uma pessoa é superior à outra e que as pessoas que se enquadrassem nesses critérios seriam as mais aptas. Foi com base nesta teoria que se basearam “nossos” teóricos raciais:<br />
<br />
O determinismo geográfico: A natureza brasileira é tão vasta que não sobra espaço para o homem.<br />
<br />
O determinismo racial: <br />
• Hibridismo: A distância entre o branco e o negro seria a mesma entre o cavalo e a mula. O mulato seria um ser híbrido e infértil.<br />
• Acreditava-se que a partir das características exteriores poder-se-ia chegar a conclusões sobre aspectos morais das diferentes raças.<br />
• O indivíduo era a soma do seu grupo. Não importava o indivíduo, mas o grupo ao qual pertencia naturalmente bons ou naturalmente perversos!<br />
• Eugenia: estimular certas uniões e impedir outras.<br />
<br />
<b>Os teóricos e as suas teorias:</b><br />
<br />
Broca e Morton: antropometria (media a potencialidade de uma raça a partir do diâmetro da cabeça de um homem) e frenologia (determinar o caráter, características da personalidade, e grau de criminalidade pela forma da cabeça (lendo "caroços ou protuberâncias").<br />
<br />
C. Lombroso: A antropologia criminal – teoria dos atavismos<br />
Tratava-se de uma tentativa de impedir os crimes antes que eles acontecessem a partir da descoberta de atavismos que conduziam à criminalidade – físicos: mandíbula grande, altos ossos na face, pele escura, linha solitária na palma da mão, face maior que o crânio, etc.; mentais: insensibilidade à dor, irresponsabilidade, maldade, desejo de mutilar, etc. (Veja imagem - O caso <b>Febrônio, Índio do Brasil</b>: a culpa estampada no corpo / culpabilização prévia do negro.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-1DlpOlApTfA/TYAJTBIjxZI/AAAAAAAAAHw/BV4lQqsv2gI/s1600/febr%25C3%25B4nio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="115" width="63" src="http://2.bp.blogspot.com/-1DlpOlApTfA/TYAJTBIjxZI/AAAAAAAAAHw/BV4lQqsv2gI/s400/febr%25C3%25B4nio.jpg" /></a></div><br />
<b>Observação:</b> Estas teorias, em fins do século XIX, representaram o bloqueio à concessão da cidadania aos escravos recém-libertados pela Lei. O Brasil, miscigenado, era símbolo de degeneração. A nação estava condenada ao fracasso. Estas idéias só foram superadas nos anos 1930. Data de 1928 a obra Retratos do Brasil – ensaio sobre a tristeza brasileira, de Paulo Prado. O mestiço era pior que as raças puras inferiores! Este saber era produzido nos espaços oficiais, como as faculdades de Direito e Medicina e os Institutos Históricos e Geográficos. Como a miscigenação era um fato e não tinha como fugir dela naquele momento, Silvio Romero afirmava: “Nós que temos os índios em nossas selvas, os brancos em nossos salões e os negros em nossas cozinhas, precisamos saber, malgrado a as ignorâncias, eles são objeto de ciência”, e ainda: “É preciso que não tenhamos preconceito; reconheçamos as diferenças.” Ter preconceito era dizer que todos são iguais. Não ter, era afirmar que são seres distintos.<br />
Os locais de fala mais radical em relação ao racismo são as faculdades de medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, onde se buscava, de fato, constatar a inferioridade de determinados grupos, principalmente os mestiços. Nina Rodrigues chegou a propor a criação de dois códigos de lei, um para os brancos e outro para os negros, pois, segundo ele, capacidades tão diversas mereciam julgamento diferenciado. Na faculdade do Rio de Janeiro, a política da África do Sul era exaltada e projetos de esterilização dos mestiços eram temas de discussão na academia. Em meio a esses acontecimentos, se falava em democracia racial...<br />
<br />
<b>Por que a democracia racial?</b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-lY3RuwYEufM/TYAJ9n8SCFI/AAAAAAAAAH4/QYbgwdgp10o/s1600/democracia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="318" width="326" src="http://3.bp.blogspot.com/-lY3RuwYEufM/TYAJ9n8SCFI/AAAAAAAAAH4/QYbgwdgp10o/s400/democracia.jpg" /></a></div><br />
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Data de 1929 a realização do I Congresso Brasileiro de Eugenia, presidido por Roquete Pinto, que idealizava que em 2012, a população do país teria eliminado negros e índios do seu contexto a partir da imigração européia. A política de branqueamento e o incentivo à entrada de europeus embasavam esta idéia. A necessidade criar uma identidade para o país e de apagar as marcas – e manchas – da escravidão elevam o mestiço à categoria de símbolo nacional nos anos 1930 e sua presença se impõe em todos os espaços: na literatura, na música, na religião, na comida, etc. O mestiço vira o tipo nacional e caminha ao seu ideal - o branqueamento. Assim, desenvolve-se aqui uma forma específica de preconceito: o preconceito de não ter preconceito (98% não é preconceituoso, mas 99% conhece alguém que é). A democracia racial torna-se um mito e como um mito, não precisa ter um sentido... Desenvolvemos um preconceito silencioso, particular e externo, baseado na marca e camuflado pelo mito da igualdade. Como diz Caetano Veloso, trata-se de uma forma de se ver bem diferente da norte-americana, pois,nos EUA, “branco é branco, preto é preto e a mulata não é a tal”.<br />
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Fonte: <i>Raça e Diversidade</i>, de Lília Moritz Schwarcs.<br />
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(Texto-resumo elaborado por Aline Najara Gonçalves)Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-1312670314429453882011-03-08T15:16:00.000-03:002011-03-08T15:16:29.650-03:00UMA QUESTÃO DE IDENTIDADEEpisódios relacionados à discriminação racial são relatados e criticados com freqüência em blogs, listas de discussão, mesas de bar, salas de reuniões, enfim, nos mais diversos ambientes. Todos estamos cansados de saber que vivemos num país racista, que tenta se nutrir de um discurso de democracia que não se sustenta mais, ancorado no mito do mestiço ideal. <br />
Como disse o Prof. Kabenguele Munanga numa entrevista, é muito difícil definir quem é negro no Brasil. Ser ou não ser negro, muito mais que uma questão de pele, é uma questão de identidade, de concepção política e ideologia. Esta é uma sociedade que discrimina o afro-descendente e afirma que somos “uma minoria”. Como assim? Representamos quase a metade ou mais da população brasileira! Esse discurso se ancora no mito da democracia racial, que ganhou força no século XX e encobre o preconceito brasileiro. <br />
A identidade da pessoa negra traz do passado o estigma de ser coisificado, inferiorizado e ter sua tradição e seus valores negados. Tendo em vista que o ser humano está num constante construir-se e que nossa identidade é forjada em torno de referências segundo as quais o indivíduo organiza a si mesmo e sua relação com o mundo que o cerca, pode-se considerar que a (re)afirmação de uma identidade negra se dá paulatinamente. <br />
Muitos de nós já passou pelo estágio da “submissão”, caracterizado pela “incorporação” de valores externos, que dão força à dicotomia branco=bom X negro=mau. A escola é a grande mestra nesse processo. Assim, meninos e meninas que foram alienados, assimilados, aculturados, se tornam adultos que não se reconhecem; que não conseguem se enxergar e se autodiscriminam ao discriminarem semelhantes. A imagem da suposta "loira" com a plaquinha ilustra bem isso. Ao anunciar: "Meu marido é preto", ela, automaticamente, afirma sua identidade branca e a aceitação do outro - o marido negro - como um símbolo da convivência harmoniosa, pacífica e feliz com o "diferente". A apropriação de valores externos determinam como ela se vê (e não se percebe!).<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-rM-vj0X3bYw/TXZxvZ4jzMI/AAAAAAAAAG4/uA9BMfS4OA8/s1600/meu%2Bmarido%2B%25C3%25A9%2Bpreto.bmp" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="400" width="305" src="http://1.bp.blogspot.com/-rM-vj0X3bYw/TXZxvZ4jzMI/AAAAAAAAAG4/uA9BMfS4OA8/s400/meu%2Bmarido%2B%25C3%25A9%2Bpreto.bmp" /></a></div> <br />
O nosso sistema educacional sempre priorizou a cultura européia e a existência das leis atuais não mudou isso. A cultura negra continua sendo tratada em segundo plano e para fazer valer a aplicação das leis 10639/03 e 11645/08, é preciso brigar muito. <br />
A tomada de consciência é gradual e emerge da não funcionalidade do valor do branco como referência, gerando a necessidade de identificação com uma “nova” forma de ver o mundo. Essa tomada de consciência gera um impacto emocional que muitas vezes é refletido em atitudes radicais, como se existisse uma necessidade de externalizar ao extremo essa nova consciência, assim, o corpo, cabelo, vestimenta, tudo passa a ser um símbolo da identidade negra. Mais uma vez uma dicotomia se instala: Branco=mal X Negro=bom. Muitas vezes esse impacto se dá através de uma situação dramática particular ou pela sucessão de pequenos episódios que vão desnudando o racismo e revelando sua face cruel. <br />
A militância surge nesse contexto como uma resposta à crise, e é seguida por um processo de articulação de experiências. É a necessidade de demolir as velhas estruturas e construir novas bases que conduzem a uma articulação do senso de negritude e leva ao desenvolvimento de uma perspectiva de vida afrocentrada, voltada para a valorização da cultura africana na construção de uma identidade negra.<br />
Como se vê, é tudo uma questão de identidade.<br />
<br />
Aline Najara GonçalvesAline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-47372131093071361102011-03-07T18:51:00.000-03:002011-03-07T18:51:02.983-03:00RACISMO NO CARNAVAL DE SALVADORE ainda tem quem fale num "racismo sem ódio"...<br />
É vergonhoso! <br />
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Vejam:<br />
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<b>Márcio Victor é vítima de racismo durante show em frente ao Camarote do Reino</b><br />
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Durante sua apresentação de carnaval no sábado (05/03), cantor da banda Psirico, Márcio Victor, afirmou ter sido alvo de racismo durante show em frente ao Camarote do Reino. Segundo o cantor, um empresário de 43 anos, natural de Inhambupe, cidade localizada a 163 km de Salvador, o chamou de “negro”, “favelado” e “pobre”. Ele afirmou ainda que o agressor teria ainda acusado o cantor de incitar a violência em sua música.<br />
No momento da agressão a vítima solicitou intervenção da Polícia Militar, e segundo informações do capitão Marcelo Pitta responsável pelo setor de imprensa da PM, o empresário foi conduzido até um posto da corporação e liberado em seguida já que “não houve a confirmação do flagrante, pois o cantor não registrou ocorrência até o momento”. Logo após a agressão, o cantor teria respondido aos insultos dizendo: “Olhe, eu vou é sair daqui e vou para o povão lá embaixo, que não tem dinheiro para comprar camarote, mas se respeita”.<br />
Márcio Victor é cogitado como o vencedor do carnaval 2011, já que duas de suas músicas estão no topo das mais pedidas do momento. “Toma chupeta” é gravada pelo próprio Marcio e sua banda; já “Liga da Justiça” foi gravada pelo grupo Leva Noiz é composição dele e de J. Telles.<br />
Ontem (06/03), quando o trio que o cantor puxava chegava à Praça Castro Alves, Márcio Vitor, passou em frente ao Observatório da Discriminação Racial e Violência contra a mulher e ao grupo LGBT pediu que a equipe do Observatório acompanhasse o caso, pois ele já havia prestado a queixa. Em seguida ele disse “que em momento algum se envergonhou da sua condição de Preto, favelada e pobre”, ao contrário, ele exultou a todos e todas que o seguia no momento e que são de origem pobre, “mas que tem a humildade e o respeito em primeiro lugar".<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-u9JUlXFlxwI/TXVTJYrnucI/AAAAAAAAAGw/RglkC-7dREc/s1600/MARCIO%2BVICTOR.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="94" width="139" src="http://4.bp.blogspot.com/-u9JUlXFlxwI/TXVTJYrnucI/AAAAAAAAAGw/RglkC-7dREc/s200/MARCIO%2BVICTOR.jpg" /></a></div><br />
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Aline Najara GonçalvesAline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-68263457641490263522011-03-06T22:00:00.002-03:002011-03-06T22:05:13.109-03:00ALMANegro de alma branca não existe<br />
Tenho alma negra como minha pele;<br />
Negra como minha fé.<br />
Negro que é luz,<br />
Resistência!<br />
Minha identidade tem a cor<br />
do manto que me cobre.<br />
<br />
(Aline Najara Gonçalves)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-TLoEViPWyGE/TXQvKShZscI/AAAAAAAAAGo/DXCBaRM9OCQ/s1600/corpo.jpg" imageanchor="1" style="clear:left; float:left;margin-right:1em; margin-bottom:1em"><img border="0" height="143" width="182" src="http://1.bp.blogspot.com/-TLoEViPWyGE/TXQvKShZscI/AAAAAAAAAGo/DXCBaRM9OCQ/s200/corpo.jpg" /></a></div>Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-15037134373011243832011-03-02T21:20:00.000-03:002011-03-02T21:20:06.016-03:002 de Março: Dia da Mulher Angolana<b>Hoje é Dia da Mulher Angolana</b> <br />
<br />
Angop<br />
<br />
<br />
<br />
A mulher desempenhou sempre um papel de destaque no processo de libertação do país <br />
<br />
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Luanda - O dois de Março é dia consagrado à mulher angolana, em reconhecimento ao seu papel desempenhado na luta de resistência do povo angolano contra a ocupação colonial portuguesa.<br />
<br />
<br />
<br />
A efeméride, de particular importância, não só para as mulheres, mas também para os restantes membros da sociedade, deve-se ainda ao reconhecimento por si prestado e que, com coragem, determinação e com o preço das suas vidas, contribuíram para que Angola fosse hoje um país livre e independente.<br />
<br />
<br />
A mulher angolana desempenhou sempre um papel de destaque no processo de libertação do país, com exemplos representativos dos feitos heróicos da rainha NJinga Mbandi, num passado longínquo, e de Deolinda Rodrigues, Irene Cohen, Engrácia dos Santos, Teresa Afonso, Lucrécia Paím e outras anónimas.<br />
<br />
<br />
Este ano, as mulheres angolanas são exortadas a transformarem as comemorações da data numa jornada de reflexão, que permita um debate sadio e construtivo, tendo em vista a busca de soluções consensuais para os seus problemas.<br />
<br />
<br />
Assim, considera-se imprescindível que o Estado continua a apoiar à luta pela erradicação de atitudes que contrastem com a importância do papel social da mulher ou que violem os seus direitos individuais e colectivos, criando condições para a sua protecção.<br />
<br />
<br />
No caso vertente da República de Angola, e não obstante as conquistas alcançadas, há a consciência de que a mulher angolana continua ainda a enfrentar inúmeros problemas para a sua plena emancipação.<br />
<br />
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O alto grau de analfabetismo que grassa no seio das mulheres, a desigualdade nas oportunidades de emprego e de ascensão socio-profissional, a persistência da violência no lar, que atinge essencialmente as mulheres e os filhos, são alguns dos muitos problemas para os quais a sociedade civil deverá prestar uma atenção especial.<br />
<br />
<br />
A data, de relevante importância para o povo angolano, comemora-se num momento em que se consolida a paz, a reconstrução nacional, se começa a dar os primeiros frutos e a sociedade caminha, de forma irreversível, para um maior equilíbrio do género em todos os níveis da estrutura social e do Estado.<br />
<br />
<br />
A Organização da Mulher Angolana (OMA), criada em 1962 como ala feminina do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), teve uma influência crucial no apoio às forças guerrilheiras dentro e fora de Angola.<br />
<br />
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Fonte: Agencia Angola press<br />
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http://coletivofranciscatrindade.blogspot.com/Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-86661925119617337712011-01-17T22:24:00.000-03:002011-01-17T22:39:39.087-03:00Luiza Mahin existiu?"Minha mãe era uma negra, africana livre da Costa da Minha, nagô de nação, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã". Assim Luiz Gama descreveu brevemente sua mãe na carta autobiográfica que escreveu em 1880. Daí, a mãe de Gama adentrou o terreno da ficção e se fez presença tímida nas páginas de História. Identificada pela memória coletiva afro-brasileira como uma heroína, é uma incógnita quando o assunto é a comprovação da sua existência.Durante processo da minha pesquisa sobre as representações de Luiza Mahin na historiografia e na literatura, em muitos momentos fui questionada por algumas pessoas: "Mas, afinal, Luiza Mahin existiu ou não?". Existem duas respostas a esta pergunta. Em primeiro lugar, trata-se de uma existência que foi atestada pela carta de Gama, quando ele afirma que sua mãe tinha este nome. Por outro lado, a ausência documental trai a memória, na medida em que não concede a certeza tão peculiar à busca historiográfica. Em outras palavras, não há um documento que a autentique. Todavia, questiono: Há evidência maior de uma existência que a manuntenção desse nome como símbolo de luta e resistência negra? Não importa se a história esconde seu nome, o fato é que o que ele representa para a nossa memória é algo que ultrapassa a fronteira do que pode ou não ser provado. Luiza Mahin não só existiu, como ainda vive. É a força e a garra do negro que luta e não desiste. Que resiste às adversidades e é sujeito da sua existência. Luiza Mahin é Luiza, é Maria, é Joana, é Francisca... Assim, respondendo à pergunta insistente, asseguro: Luiza Mahin existe e sua luta continua.Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-13053037658651900942010-12-12T09:09:00.000-03:002010-12-12T09:10:49.740-03:00COLEÇÃO COMPLETA DE HISTÓRIA DA ÁFRICA PARA DOWNLOAD8 volumes da edição completa.<br />Brasília: UNESCO, Secad/MEC, UFSCar, 2010.<br /><br /><br />Resumo: Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África está agora também disponível em português. A edição completa da coleção já foi publicada em árabe, inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos. <br /><br />Download gratuito (somente na versão em português):<br /><br />Volume I: Metodologia e Pré-História da África (PDF, 8.8 Mb) <br />ISBN: 978-85-7652-123-5<br />Volume II: África Antiga (PDF, 11.5 Mb) <br />ISBN: 978-85-7652-124-2<br />Volume III: África do século VII ao XI (PDF, 9.6 Mb) <br />ISBN: 978-85-7652-125-9<br />Volume IV: África do século XII ao XVI (PDF, 9.3 Mb) <br />ISBN: 978-85-7652-126-6<br />Volume V: África do século XVI ao XVIII (PDF, 18.2 Mb) <br />ISBN: 978-85-7652-127-3<br />Volume VI: África do século XIX à década de 1880 (PDF, 10.3 Mb) <br />ISBN: 978-85-7652-128-0<br />Volume VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (9.6 Mb) <br />ISBN: 978-85-7652-129-7<br />Volume VIII: África desde 1935 (9.9 Mb) <br />ISBN: 978-85-7652-130-3<br />Informações Adicionais:<br /><br />Coleção História Geral da África<br />Programa Brasil-África: Histórias CruzadasAline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-16060465375822816952010-11-14T10:15:00.000-03:002010-11-14T10:18:43.241-03:00Brasil 2011: Estado festejará Ano Internacional dos Afrodescendentes distribuindo livro racista nas escolasEliane Cavalleiro<br />Doutora em Educação – USP / Docente na Faculdade de Educação - UNB<br /><br /><br /> A sociedade competitiva e os preconceitos geram uma violência que deve ser combatida pela escola. Ensinar a viver juntos é fundamental, conhecendo antes a si mesmo para depois conhecer e respeitar o outro na sua diversidade. A melhor maneira de resolver os conflitos é proporcionar formas de buscar projetos e objetivos em comum, através da cooperação, pois assim ao invés de confrontar forças opostas, soma-se a diversidade para fortalecer as construções coletivas (Jacques Delors, UNESCO, MEC, Cortez Editora, São Paulo, 1999).<br /><br /><br /> De acordo com Delors, a transmissão de conhecimento sobre a diversidade humana, bem como a tomada de consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta constituem fundamentos da educação. Entretanto, às vésperas do Ano Internacional dos Afrodescendentes, o Ministério da Educação do Brasil rejeita consideração do Conselho Nacional de Educação, que atento às Leis que regem a Educação Nacional, pondera sobre a distribuição do livro de literatura infantil Caçadas de Pedrinho (1), de Monteiro Lobato, que, originalmente publicado no ano de 1933, difunde visão estereotipada sobre o negro e o universo africano, apresentando personagens negras subservientes, pouco inteligentes, até mesmo aludindo a animais como o macaco e o urubu quando se referem à personagem negra, como no trecho: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão".<br /><br /> Os movimentos sociais negros há tempos reivindicam ação substantiva por parte do Estado brasileiro em políticas públicas para a educação das relações étnico-raciais. Os movimentos sociais brancos e a elite, por sua vez, recusam toda e qualquer medida que visa combater o racismo e seus derivados na sociedade brasileira. Por sua vez, identificam-se setores progressistas da sociedade que lutam pelos direitos humanos, direitos das mulheres, gays e indígenas, mas que infelizmente se calam diante da luta antirracista. <br /><br /> Na questão em debate, de maneira previsível, debocham da pesquisadora e professora universitária e conselheira do CNE Nilma Lino Gomes, responsável maior pelo parecer, que possui formação intelectual que não fica atrás de nossa elite branca, uma vez que possui doutorado pela Universidade de São Paulo e Pós-Doutorado na Universidade de Coimbra, sob orientação de um dos maiores nomes da intelectualidade atual, a saber, Boaventura de Sousa Santos. Mesmo com esse histórico intelectual, ela tem sido vista pelos racistas de plantão como incompetente e racista ao inverso. Isso somente reforça a obsessão pela continuidade da estrutura racista em nossa sociedade. Sobre o autor, Monteiro Lobato, nascido no século XIX, eugenista convicto, diz-se apenas ser uma referencia clássica. Certamente uma clássica escolha da elite nacional, que do alto de sua arrogância e prepotência acredita que seus eleitos sejam intocáveis e não passíveis de qualquer crítica e consideração.<br /><br /> O MEC tem o dever de combater qualquer tipo de situação discriminatória para qualquer grupo racial. Assim, o que deve ganhar nossa atenção nessa contenda é o fato de que mesmo o edital do PNBE/2010, estabelecido pelo MEC/FNDE, ter traçado como objetivo a “Observância de princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social republicano” e ter estabelecido, conforme anexo III do referido edital, que “Serão excluídas as obras que: 1.3.1. veicularem estereótipos e preconceitos de condição social, regional, étnico- racial, de gênero, de orientação sexual, de idade”, temos um ministro que defende a distribuição irrestrita do livro por compreendê-lo como adequado para a educação de crianças em pleno processo de socialização. <br /><br /> Considerando que os doutos e doutas que administram o MEC leram Jaques Delors, Paulo Freire, Edgar Morin e tantos outros que adoram citar, não se pode alegar ingenuidade por parte da equipe diretiva do MEC, que aceitou parecer favorável à compra e à distribuição desse livro nas escolas públicas, cujo conteúdo fere o próprio edital por eles instituído. O que deve tomar o centro dessa discussão é o fato de o MEC anunciar uma política que vai ao encontro do disposto nas leis e também das reivindicações dos movimentos negros organizados, em nível nacional e internacional, mas na prática permitir o descumprimento de seu edital. <br /><br /> Ao ferir o edital, o próprio MEC abre precedente para que as editoras, cujas obras tenham sido excluídas por veicularem estereótipos, reivindiquem também a distribuição dos livros excluídos. Por que somente Lobato com estereótipo racial? Que tal o MEC também distribuir literatura sexista? Que tal textos com manifestações anti-semitas? Será que assim a sociedade se incomodaria?<br /><br /> Mas, por enquanto, mais uma vez magistralmente setores conservadores e/ou tranquilos com as consequências da discriminação racial nesta sociedade buscam inverter a discussão, de modo a que o maior problema passe a ser o tal “o racismo ao revés e a radicalidade dos movimentos negros”, e joga-se para debaixo do tapete o que deveria ser o centro da análise: o esfacelamento dos objetivos de combater a disseminação de estereótipos e preconceitos na política do PNBE, MEC. <br /><br /> Sejamos de fato coerentes e anti-racistas, reconheçamos a não-observação aos critérios do estabelecidos no Edital do PNBE/2010, insistamos na pergunta e exijamos do MEC uma pronta resposta: o que de fato ele tem realizado, quanto tem investido e qual a consistência e a efetividade de suas realizações, sobretudo em comparação com o que tem investido nas demais questões ligadas à diversidade e aos grupos historicamente discriminados? Dos livros selecionados pelo PNBE 2010, quantos favorecem a educação das relações de gênero? Quantos promovem o conhecimento positivo sobre a história e cultura dos povos indígenas? Se o MEC tivesse respeito por nós, seríamos informados sobre o cumprimento das metas para a implementação do artigo 26ª da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) (Lei n. 9394/96), que se refere à obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras, indo ao encontro de tratados internacionais como a Convenção Contra a Discriminação na Educação (1960) e o Plano de Ação decorrente da III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerância Correlata (2001), ambos sob os auspícios da Unesco. <br /><br /> Em 17 de abril de 2008, em entrevista à Agência Brasil, apos receber críticas sobre o retrocesso nas políticas para o combate ao racismo, o diretor do Departamento de Educação para Diversidade e Cidadania do MEC, Armênio Schmidt, confirmou a suspensão da distribuição de material didático e de ações de formação de professores na área étnico-racial em 2007. Segundo ele, a interrupção, apenas externa, nas ações voltadas à questão racial ocorreu por causa das mudanças no sistema de financiamento do MEC. Para o diretor tal suspensão se justificava pelo fato de o MEC estar, em 2007, “construindo uma nova forma de indução de políticas, de relação com estados e municípios, que foi o Programa de Ações Articuladas”. Para ele: “Durante [aquele] ano ... [2007] realmente não houve publicações e formação de professores. Mas, na nossa avaliação, não houve um retrocesso, porque isso vai possibilitar uma nova alavanca na questão da Lei [10.639]. Agora estados e municípios vão poder solicitar a formação de professores na sua rede, e o MEC vai produzir mais publicações e em maior número”(2).<br /><br /> Em 2010, além de não percebermos o fortalecimento da política, tampouco a retomada das publicações e uma consistente e sistemática formação de professores, flagramos o MEC permitindo a participação de livro cujo conteúdo veicula estereótipos e preconceitos contra o negro e o universo africano, constituindo assim flagrante inobservância das normas estabelecidas.<br /><br /> O atual presidente Lula, em seu começo de mandato, evidenciou, no campo da educação, a importância do combate ao racismo, promulgando a Lei 10.639/03, que, como já mencionado, alterou a LDB, tornando obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileiras na Educação Básica. Tal alteração contou com a pronta atenção do CNE, que, sob responsabilidade da conselheira Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, elaborou as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino das Relações Étnico-Raciais e de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (CNE/CP 3/2004), cuja homologação foi assinada pelo então ministro da Educação, Tarso Genro. Contudo, embora conte com 83% de aprovação por parte da população e tenha ao longo de seu mandato visitado várias vezes o continente africano e discursado eloquentemente sobre a necessidade de reconhecimento do valor dos afrodescendentes na formação de nosso Estado Nacional, ele encerra seu mandato permitindo um declínio acentuado na elaboração e na implementação de políticas anti-racistas no campo da educação. <br /><br /> Se em 2003 podíamos reconhecer, ainda que timidamente, o fato de o combate ao racismo fazer parte da agenda política brasileira; em 2010, devemos denunciar o descompromisso com essa luta. Descompromisso que pode ser percebido pela redução acentuada do orçamento para a educação das relações raciais, pelo enxugamento da equipe de trabalho da Coordenação Geral de Diversidade e Inclusão Educacional/SECAD/MEC, responsável pela implementação das ações de diversidade étnico-racial. Ainda vale ressaltar que houve a retirada do portal de diversidade da rede do MEC; a interrupção de publicações sobre o tema para a formação de profissionais da educação, pelo frágil apoio que das secretarias de educação para o cumprimento do proposto no parecer CNE/CP 3/2004. Essas constituem algumas referências negativas, entre várias outras apontadas pelos estudos sobre o tema.<br /><br /> Nós negros, cidadãs e cidadãos, que trabalhamos duramente longos anos para a eleição do presidente Lula esperávamos mais. Esperávamos mais tanto do presidente quanto da sua equipe executiva que administra a educação brasileira. Esperávamos minimamente que ao longo desses anos a equipe tivesse compreendido o alcance e o impacto do racismo em nossa sociedade. Esperávamos que eles, respeitando os princípios de justiça social, independentemente dos grupos no poder, emitissem manifestações veementes pelo combate ao racismo na educação. Pelo visto as promessas de parcerias e acolhimento das nossas considerações eram falsas. <br /><br /> O que temos como resposta, para além do silêncio de toda Secretaria de Educação, Alfabetização e Diversidade, é o posicionamento por parte do ministro, que não vê racismo na obra, colocando-se favorável à sua distribuição irrestrita, que, em companhia de outros elementos no cotidiano escolar, sabemos, contribuirá para a formação de novos indivíduos racistas, como já se fez no passado. Sem dúvida, o discurso do ministro mostra-se engajado com sua própria raça, classe e gênero. O mais irônico é saber que em pleno século XXI o Brasil será visto como um país que avança na economia e retrocede nos direitos humanos da população negra.<br /><br /> Muitos admiram Monteiro Lobato. Eu admiro Luiz Gama que se valeu das páginas da imprensa em defesa da liberdade dos escravizados e disse, sintetizando nossa ainda atual resistência cotidiana: “Em verdade vos digo aqui, afrontando a lei, que todo o escravo que assassina o seu senhor, pratica um ato de legítima defesa”. O conhecimento é a arma que dispomos para lutar pela defesa de nossa história, nossa existência, bem como do futuro de nossos filhos e filhas. Essa é uma luta desigual, portanto desonesta. Mas ainda que muitos queiram nosso silêncio, seguiremos lutando e denunciando essa forma perversa de racismo que perdura na sociedade brasileira. <br /><br />----------<br /><br />(1) Tal obra foi selecionada pelo Programa Nacional Biblioteca na Escola/2010, que objetiva a “seleção de obras de apoio pedagógico destinadas a subsidiar teórica e metodologicamente os docentes no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem nos respectivos campos disciplinares, áreas do conhecimento e etapas/modalidades da educação básica” (Brasil. Edital PNBE 2010. Brasília: MEC/FNDE, 2010).<br /><br />(2) Agência Brasil. Pesquisadora aponta retrocesso na política de combate ao racismo nas escolas. Disponível em:<br />http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=216721&modulo=450 . Acessado em: novembro de 2010.<br /><br /><br />* Eliane Cavalleiro é Doutora em Educação - USP. Foi consultora UNESCO - Oficina Regional de Educação para América Latina e Caribe/OREALC, responsável pelo desenvolvimento da pesquisa: Discriminación y Pluralismo: Valorando la Diversidade em la Escuela. Atuou como Coordenadora Geral de Diversidade e Inclusão Educacional, na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade – MEC (2004 a 2006). Livros: Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil, Contexto, 2000; Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola, Selo Negro/Summus, 2001; Veredas das noites sem fim: socialização e pertencimento racial em gerações sucessivas de famílias negras , Editora UNB. Docente na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília-UNB, tutora do Programa de Educação Tutorial (PET) da Faculdade de Educação. Foi Presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as).Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-58756061804011273282010-11-10T21:10:00.001-03:002010-11-10T21:12:16.294-03:00DEFESA DA MINHA DISSERTAÇÃO: LUIZA MAHIN ENTRE FICÇÃO E HISTÓRIAA defesa da minha dissertação está marcada para o dia 23 de novembro, às 14 horas no prédio do mestrado, no Campus I da UNEB (Salvador), sala 03. Convido a todos a participarem deste monento comigo. Segue abaixo o resumo da dissertação:<br /> <br /><strong>Luiza Mahin entre ficção e história</strong> <br /><br /> <br />Este trabalho objetiva analisar representações de Luiza Mahin na história e na literatura a partir da consulta a escritos historiográficos que versam sobre temas relacionados à atuação revolucionária de Luiza Mahin ou à vida do seu filho, o poeta Luiz Gama, e a dois romances históricos: Malês, a insurreição das senzalas — escrito por Pedro Calmon (1933) — e Um defeito de cor, da escritora Ana Maria Gonçalves (2006). Concebida pela memória coletiva afro-brasileira como uma quitandeira que foi escrava de ganho e nunca se submeteu ao cativeiro, Luiza Mahin transita entre a história e a ficção como uma heroína do povo negro. A utilização de fontes historiográficas e literárias na escrita deste trabalho permitiu traçar o perfil da personagem analisada nas duas áreas a partir da compreensão de que em um romance, especialmente no romance histórico, o sentimento de realidade pode fazer com que a verdade da ficção assegure a verdade da existência, de forma que uma personagem bem elaborada torna-se um poderoso elemento de convicção e identificação pessoal. Defendendo o argumento de que a construção de um mito independe da comprovação da sua existência e assegura o preenchimento de lacunas existentes no campo da história, atendendo a um apelo popular de identificação e pertencimento a um grupo social, esta pesquisa se pautou na noção de representação. Partindo da análise da carta autobiográfica de Luiz Gama e do poema Minha Mãe, elementos geradores da legenda Luiza Mahin, é traçado o seu perfil historiográfico. Em seguida, um cruzamento entre as duas obras ficcionais estudadas demonstra a influência do tempo presente sobre a escrita romanesca promovendo o rompimento da fronteira entre um personagem de ficção e uma realidade possível. Considerando o exposto é importante ressaltar que trajetórias de vida como a de Luiza Mahin, verdadeiras ou não, reais ou fictícias, inventadas ou reveladas, traduzem a independência, a ousadia e, mais que isso, a presença marcante e definitiva do negro na história do Brasil como ser autônomo, consciente e determinado. <br /><br /><br />Abraços!!!!<br /> <br />Aline Najara Gonçalves<br /><br />--------------------------------------------------------------------------------<br />Especialista em História e Cultura Afro-Brasileira <br />Mestranda em Estudos de Linguagem (UNEB)<br />(71) 8628-2111<br />http://www.historiandocomapreta.blogspot.comAline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-60428955046591358802010-09-26T15:02:00.000-03:002010-09-26T15:07:47.444-03:00SALÃO DE BELEZA NEGA-SE A CORTAR CABELO DE CRIANÇA NEGRAFuncionários do “Salão Fascínio”, localizado no andar térreo do<br />Shopping Itaigara, em Salvador, recusaram-se hoje, dia 23 de setembro,<br />a cortar o cabelo de uma criança negra, de seis anos, recomendando a<br />mãe que “passasse a máquina”, pois aquele cabelo “não dava para ser<br />cortado, nem desembaraçado”. A mãe da criança, a jornalista Márcia<br />Guena, acusou os funcionários e a dona do salão de racismo e logo<br />procurou a administração do shopping para formalizar a denúncia. Neste<br />caso configura-se um duplo crime por tratar-se de racismo e de<br />violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por expor uma<br />criança a uma situação vexatória.<br /><br />Acompanhado da mãe, o menino M.S.G.S.O. entrou no salão por volta das<br />18:30, do dia 23 de setembro, quando Guena solicitou ao único<br />funcionário homem do salão, para quem foi indicada pela atendente<br />Selma (a qual foi identificada como dona do salão), um corte estilo<br />“black”, mas não muito alto. O funcionário então respondeu que para<br />“aquele cabelo” só dava para “passar a máquina”. A mãe então disse:<br />“eu não solicitei que passem a máquina, mas que cortem o cabelo do meu<br />filho. Eu já indiquei o corte que desejo”. O atendente repetiu: ”só dá<br />pra passar a máquina”. Guena retirou a criança da cadeira e saiu<br />imediatamente do salão para não expor a criança a uma discussão<br />motivada pelo racismo explícito. Mas diante da violência cometida<br />contra a criança, que foi exposta a uma situação vexatória, e a recusa<br />de cortar o cabelo de um negro, a mãe voltou com a finalidade de<br />procurar a gerente e formalizar a denúncia de racismo.<br /><br />Ao retornar, Guena disse para Selma que a recusa em cortar o cabelo de<br />seu filho configurava-se racismo, um crime inafiançável e que iria<br />formalizar a denúncia junto ao Ministério Público. Selma, identificada<br />como Maria Tavares de Oliveira, contestou dizendo que a mãe estava<br />errada e que seus funcionários disseram que não sabiam cortar o cabelo<br />da criança e que seria muito difícil desembaraçá-lo. Por isso, só<br />poderiam passar a máquina, insistindo na resposta inicial do<br />funcionário.<br /><br />A mãe retirou-se do local e procurou a administração do Shopping.<br />Guena foi recebida por Alda, que se identificou como administradora, e<br />reconheceu a gravidade do problema, confirmando tratar-se sim de uma<br />situação de racismo. Imediatamente ligou para Selma (Maria Tavares<br />Oliveira) reclamando da forma como foi realizado o atendimento.<br /><br /><br /><strong>CONTATOS:</strong><br />Márcia Guena (mãe) – 8788 9991<br />Aspri (pai) – 8876 4445<br />Alda (administradora do shopping Itaigara) 99812452 ou 32708900<br />Salão Fascínio – Selma (Maria Tavares de Oliveira)Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-90549093775432676042010-09-22T22:28:00.000-03:002010-09-22T23:09:54.066-03:00O racismo oculto nos elevadores<a href="http://3.bp.blogspot.com/_OHGiTkg1f6Q/TJq26WzhmAI/AAAAAAAAAEA/mWxbcFGgWwk/s1600/racista_eu_de_jeito_nenhum.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 303px; height: 320px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_OHGiTkg1f6Q/TJq26WzhmAI/AAAAAAAAAEA/mWxbcFGgWwk/s320/racista_eu_de_jeito_nenhum.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5519925406966323202" /></a><br />Quando criei este blog não tinha a pretensão de expor experiências pessoais; de falar de mim, mas de socializar textos e notícias referentes a estratégias de implantação de uma educação anti-racista e libertadora. Todavia, hoje, algo aconteceu e merece que eu abra uma excessão em relação a isso. Assim, o que vou contar é um relato de uma experiência que vivi hj, ou melhor, vivemos: eu, minhas duas cunhadas e minha filha, de apenas 1 ano e três meses de vida, que já se tornou alvo do olhar preconceituoso dessa sociedade hipócrita em que vivemos.Entenda-se por PRECONCEITO uma idéia pré concebida; algo que se acredita antes mesmo de se comprovar. Vamos ao fato:<br />Estou hospedada na casa de meus tios, num edifício de classe média numa bairro tradicional em Salvador. Esperava o elevador com minhas cunhadas e minha filha no 10 andar, quendo o elevador desceu do 11 andar e lá estava uma mulher que deve se achar branca, de cerca de 45 anos ou 50 anos. Demos boa noite e não ouvimos resposta. No painel do elevador, marcava 2G (segunda garagem). Era para onde íamos. A mulher simplesmente apertou o botão do térreo e nós aguardamos. Chegando ao térreo, dei passagem para que ela descesse. Então ouvi: "Vou para a garagem. Achei que vc fosse descer no térreo!" Escutei aquilo. Por estar com minha filha, optei por "não entender". Aquela mulher tinha tanta certeza que não íamos para a garagem que fez o favor de apertar o botão para que deixássemos o elevador no térreo. Ou seja, o PRECONCEITO falou mais alto e o pensamento foi materializado com a ação. <br />Para aqueles que dizem que negro ver racismo em tudo, cabe uma pergunta: o que é isso, então? A gente vive numa sociedade que nega o preconceito, nega as diferenças e luta pela igualdade. O paradoxo é ratificado pela necessidade que temos de exigir leis que defendam a população negra de atitudes excludentes e ainda, de políticas públicas que obriguem o que deveria ser de direito, como o acesso à educação, o reconhecimento dda importância histórico-cultural. O botão do térreo apertado pelo outro simboliza a certeza da não ascensão do negro; a certeza de que não se é capaz de dispor de hábitos ou certas facilidades que o mundo material oferece. O botão do térreo apertado pelo outro hoje foi apenas mais um sinal do racismo sutil presente na sociedade brasileira. o racismo oculto dos elevadores.<br /><br />Aline Najara Gonçalves.<blockquote></blockquote><blockquote></blockquote>Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-49361809476321018952010-09-14T10:27:00.000-03:002010-09-14T10:41:13.726-03:00IV SEMINÁRIO DO GRUPO DE PESQUISA HISTÓRIA, LITERATURA E MEMÓRIA<a href="http://3.bp.blogspot.com/_OHGiTkg1f6Q/TI9543Tm2wI/AAAAAAAAAD4/IXGHb1_a6_A/s1600/cartaz-vers%C3%A3o+final.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 226px; height: 320px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_OHGiTkg1f6Q/TI9543Tm2wI/AAAAAAAAAD4/IXGHb1_a6_A/s320/cartaz-vers%C3%A3o+final.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5516762086377970434" /></a>
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<br /><strong>Romance histórico e memória: retratação de narrativas do passado</strong>
<br />UNEB - Campus II - Alagoinhas
<br />
<br />De 30/11 a 02/12
<br />
<br />O IV Seminário do Grupo de Pesquisa História, Literatura e Memória pretende atualizar as discussões em torno desses três campos de estudo e socializar os resultados das pesquisas com a comunidade acadêmica. A proposta abrange reflexões acerca do tema romance histórico como gênero e como fonte de pesquisa. No entanto, embora se proponha a tematizar sobre o romance histórico, o evento contempla, ainda, o debate que envolve diferentes abordagens de narrativas memorialísticas. Ambos, o romance e as memórias, apresentam elementos ficcionais que desafiam e estimulam o ofício do historiador. O Seminário constitui-se, portanto, num espaço de encontro entre estudantes e pesquisadores que elegem os diálogos entre os campos acima enunciados como eixo da sua abordagem.
<br />
<br />
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<br />Cronograma do evento:
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<br /><blockquote>· 15/09 a 10/10: Inscrições para comunicação
<br />
<br />· 20/10: Envio das cartas de aceite </blockquote></blockquote>ouvintes
<br />· 15/11 a 30/11: Inscrições presenciais para ouvinte (Colegiado de História - UNEB, Campus II)
<br />
<br />· 30/11 a 02/12: Realização do Seminário</blockquote>
<br />As inscrições para comunicação e para ouvintes podem ser feitas através do site:http://literaturaehistoria.webnode.com.br/Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-62839193013089608112010-08-21T17:53:00.000-03:002010-09-14T10:57:51.250-03:00A mulher na África antiga[O matriarcado] constitui uma das grandes qualidades próprias às antigas culturas africanas [...]<br />[O matriarcado] não significa a dominação da mulher sobre o homem, mas a divisão de responsabilidades e privilégios. O poder é, na maioria das vezes, compartilhado entre mulher e homem, assegurando um equilíbrio estável nos negócios de Estado. [...]<br />São abundantes os exemplos de mulheres soberanas no Egito antigo. [...] Na Bíblia e nos registros históricos, encontramos o exemplo de Makeda (1005-950 a.C.), rainha de Sabá, soberana de um reino que se estendia desde partes do Egito à Etiópia, Sudão, Arábia, Síria e até a regiões da Índia. Além de controlar o comércio riquíssimo da região, de ouro, marfim, responsáveis pela ereção de palácios, estátuas, monumentos, complexos urbanos, represas e sistemas hidraúlicos sofisticadíssimos. [...]<br /><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_OHGiTkg1f6Q/THBEpiAbbTI/AAAAAAAAADg/ZjT-2IR4ojE/s1600/candaces.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 273px; height: 320px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_OHGiTkg1f6Q/THBEpiAbbTI/AAAAAAAAADg/ZjT-2IR4ojE/s320/candaces.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5507977824568044850" /></a><br /><br />A história da África conhece muitas rainhas-guerreiras, estadistas, que em vários casos enfrentaram militar e politicamente os escravistas e colonizadores europeus.<br /><br /><blockquote><blockquote><blockquote>(Elisa Larkin Nascimento, "As civilizações africanas no mundo antigo", na Revista Thoth nº 03, set./dez. 1997.)</blockquote></blockquote></blockquote><br /><br />As mulheres também ocupavam posições importantes e cargos de responsabilidades no Reino de Kush (atual Sudão). Podiam ser, por exemplo, as sacerdotisas dos templos em Napata. A rainha era responsável pela educação dos príncipes até a idade de 21 anos e tinha um papel especial na política. Ela adotava a esposa do filho e com isso influía duplamente na administração do reino, tanto por meio do filho quanto da nora.<br /><br />Por várias vezes a rainha-mãe ocupou, ela própria, o poder político, chegando a combater batalhas contra outros povos, como no enfrentamento com os romanos. A rainha-mãe reinante recebia o título de senhora do Kush ou candace. Este título deriva da palavra meroíta Ktke e significa rainha-mãe. Entre as candaces que chegaram ao poder encontra-se a famosa Amanishaketo (42 a.C.-12 a.C.), que usava também o título de gere, que quer dizer "chefe".<br /><br />Uma das poucas vezes que a África antiga aparece na história universal é quando se conta que o povo cuxita, comandado por uma mulher, provavelmente Amanishaketo, enfrentou o poderoso Império Romano. Em 21 a.C., a rainha conseguiu que o imperador romano Augusto aceitasse assinar um acordo de paz pelo qual os cuxitas ficariam livres de pagar impostos aos romanos.<br /><br />A estabilidade política do Reino de Kush tem despertado o interesse dos historiadores. Enquanto em outros reinos antigos existiram várias dinastias e muita violência na luta pelo poder, Kush, até onde se sabe, foi governado por reis ou rainhas de uma mesma família. Os fatores que podem ter contribuído para a estabilidade política e longevidade deste reino africano são: o sistema de escolha do rei, o rígido controle da monarquia sobre as riquezas minerais existentes no subsolo cuxita e a marcante participação da mulher no poder.<br /><br /><blockquote>Fonte: superverme.blogspot.com/.../mulher-na-africa-antiga.html </blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote>Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-57154925785419551892010-08-15T22:26:00.000-03:002010-08-15T22:38:47.610-03:00A MITOLOGIA AFRICANA EM SALA-DE-AULA<a href="http://1.bp.blogspot.com/_OHGiTkg1f6Q/TGiWQY4FCkI/AAAAAAAAADY/mxTvU7cxpA4/s1600/vc-cria-seu-mundo.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 234px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_OHGiTkg1f6Q/TGiWQY4FCkI/AAAAAAAAADY/mxTvU7cxpA4/s320/vc-cria-seu-mundo.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5505815752760166978" /></a><br />No exercício de educar para a vida, o pensamento africano mantém como tradição as histórias míticas, que podem ser consideradas como práticas educacionais que chamam a atenção para princípios e valores que vão inserir a criança ou o jovem na história da comunidade e na grande história da vida. No pensamento africano, a fala ganha força, forma e sentido, significado e orientação para a vida. A palavra é vida, é ação, é jeito de aprender e de ensinar. Assim nasceram os mitos. Contar mitos, em muitos lugares na África, faz parte do jeito de educar a criança que, mesmo antes de ir para escola, aprende as histórias da sua comunidade, os acontecimentos passados, valorizando-os como novidade. Os mitos de matriz cultural evidenciam valores de convivência e solidariedade<br /><br /><blockquote><strong><em>A mitologia iorubana nos conta que Olorum criou o mundo, criando todas as águas, todas as terras e todos os filhos das águas e do seio das terras. Criou uma multiplicidade de plantas e bichos de todas as cores e tamanhos. Um dia, Olorum chamou Oxalá e ordenou que ele criasse o ser humano. Oxalá, sem perda de tempo, deu início ao trabalho que lhe foi ordenado. Fez um homem de ferro, constatou que era rígido demais. Fez outro de madeira, que também ficou muito sem jeito. Tentou de pedra, o homem ficou muito frio. Depois, tentou de água, mas o ser não tomava uma forma definida. Tentou fogo, mas, depois de pronto, a criatura se consumiu no seu próprio fogo. Fez um ser de ar, depois de pronto o homem voltou a ser o que era no princípio, apenas ar. Ele ainda tentou criar também, com azeite e vinho de<br />palma. Mas nada aconteceu. Preocupado, sentou-se à margem do rio, observando a água passar. Das profundezas do rio surge Nanã, que indaga sobre a sua preocupação. Oxalá fala da sua responsabilidade naquele momento e das suas tentativas infecundas. Nanã mergulha nas águas profundas e traz lama. Volta e traz mais lama e entrega para Oxalá, para que ele cumprisse a sua missão. Oxalá constrói este outro ser e percebe com alegria que ele é flexível, que ele move os olhos, os braços, a cabeça [...] então, sopra-lhe a vida. A criatura respira e sai cantando pelo mundo: ara aiyê modupé / Orumilá funfun ojo/ nilê ô. (Esta é uma cantiga de agradecimento composta por Mestre Didi).</strong></em></blockquote>Compreender a mitologia africana passa pela necessidade de apreensão de outras realidades. O ser humano não foi construído de um único elemento da natureza. A construção foi de um ser síntese do mundo, síntese de elementos universais. O pensamento africano, destacadamente a mitologia, serve como reflexão para aproximação ou reconciliação da cultura com a ciência, com a Filosofia, com a Psicologia moderna e com a vida, na elaboração de saberes e fazeres e as práticas educacionais.<br />(...)<br />Os mitos de matriz cultural africana favorecem a construção da identidade da criança afrodescendente, permitindo-lhe a condição de ser, pertencer e participar de seu grupo étnico, reconhecendo os valores da sua comunidade, o que pode lhe servir como exemplo positivo e estímulo para participação na comunidade. O comportamento solidário encontrado nos mitos, e até nas situações paradoxais, se constituem em bens coletivos, e acreditamos no seu funcionamento como perspectiva de transformar a Educação das Relações Étnico-Raciais para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em uma possibilidade de a criança ganhar qualificação e respeito à sua diferença, conquistando visibilidade, expressando-se e sendo considerada. Acreditamos que é possível fazer configurar, finalmente, a identidade e a consciência pluricultural na escola, que atingirá seu objetivo de construir cidadãos autônomos e coletivos.<br /><br />Fonte: Mitos afro-brasileiros e vivências educacionais - Vanda MachadoAline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-12673092002753182302010-07-26T13:27:00.000-03:002010-07-26T13:33:14.661-03:00MOTIVOS PARA UMA EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA:☼ O Brasil é o segundo país do mundo em população afro-descendente.<br />☼ O Brasil foi o último país a abolir a escravidão e também o país que mais importou pessoas da África para serem escravizadas (cerca de 4 milhões).<br />☼ Entre os 10% mais pobres da população, 65% das pessoas são negras.<br />☼ A expectativa de vida para a população branca brasileira é, em média, seis anos superior àquela para a população negra.<br />☼ Entre as pessoas assalariadas com nível superior, negras e negros recebem, em média, 64% do salário recebido por brancas e brancos.<br /><br />Fonte: www.dialogoscontraoracismo.org.br<br /><br /><strong>IDENTIDADE</strong>Jorge Aragão<br /><br />Elevador é quase um templo<br />Exemplo pra minar teu sono<br />Sai desse compromisso<br />Não vai no de serviço<br />Se o social tem dono, não vai<br />Quem sede a vez não quer vitória<br />Somos herança da memória<br />Temos a cor da noite <br />Filhos de todo açoite<br />Fato real da nossa história<br /><strong>Se preto de alma branca pra você<br />É o exemplo da dignidade<br />Não nos ajuda só nos faz sofrer<br />Nem resgata nossa identidade</strong>Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6944244793125965348.post-28205532602972686092010-07-25T16:15:00.000-03:002010-07-25T16:17:49.648-03:00PARE E PENSE!A covardia coloca a questão: 'É seguro?'<br />O comodismo coloca a questão: 'É popular?'<br />A etiqueta coloca a questão: 'É elegante?'<br />Mas a consciência coloca a questão: 'É correto?'<br /><strong>E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.</strong><br /><br />(Martin Luther King)Aline Najarahttp://www.blogger.com/profile/09689786284304592361noreply@blogger.com0