Saudações aos deuses!

Saudações aos deuses!
"É do ouro de Oxum que é feito o manto que me cobre"

POR UMA EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA

HISTÓRIA E A CULTURA AFRO-BRASILEIRA:



A RESISTÊNCIA CONTINUA!



domingo, 11 de abril de 2010

Nomes (Aline Najara Gonçalves)

Rei menino
Retirado do seu canto
Entoa agora um pranto
Com dor...
Louvando uma liberdade
que já não há

Guerreiro bantu,
Escravo, peça, mercadoria...
No mercado de Valongo,
Ou em tantas outras freguesias,
A mão preta trabalha
Para que a branca possa lucrar

E o rei não perde sua majestade
Preservando sua identidade
Com maestria
Resiste ao opressor
Aos orixás, nomes novos
Santidades no Brasil e na Bahia
Sagrado católico com o
colorido da africanidade
Ah! Senhor do Bonfim...
Salve meu pai Oxalá!

A liberdade, ainda que tardia
Dos pés do capoeira brotaria
Licutã, Calafate, Mahin, Dandará
O Luís – dizia-se “das Virgens”
João, “de Deus”, do povo
Das bocas que falam, gritam...
Não devem nem podem calar
Ahuna, Salin, Lucas Dantas
Entre dores, mazelas tantas
A ousadia: a liberdade resgatar

Malês, Balaios,
Inconfidentes conjurados
Marinheiros atracados
num porto ou além mar
Uma história calada,
Enganada e esquecida
Por um sistema que prefere ocultar
Nomes de homens,
Personagens de vida sofrida
Com sangue do Congo, Guiné, Angola,
E tantos reinos desse mar de gente
Que em lutas inglórias tornou-se semente
Da liberdade que grita no peito
Da força que conduz seu caminhar.

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